in Jornal de Notícias
Maria de Lurdes confessa que se sente muito mais segura desde que instalou sistema pago pela Câmara
Vive sozinha nas redondezas de Albufeira e sem vizinhos por perto mas sente-se mais segura desde que instalou em casa um dispositivo de alarme que faz disparar em caso de emergência. Maria de Lurdes tem 76 anos e foi das primeiras pessoas a aderir à tele-assistência domiciliária para idosos, suportada pela Câmara de Albufeira, a primeira instituição pública no Algarve com este serviço.
"Ainda não cheguei a precisar, mas se acontecer alguma coisa, carrego aqui e tenho alguém", diz Maria de Lurdes, enquanto mostra o botão de alarme que usa com um colar ao pescoço e que a acompanha dia e noite.
O serviço funciona com um pequeno dispositivo de alarme, que pode ser usado num colar ou pulseira, à prova de água, e que quando é accionado liga a uma central telefónica que funciona 24 horas por dia.
A central reconhece automaticamente no sistema as informações do utente, funcionando em alta voz e também num raio de 200 metros de distância, o que permite aos idosos pedir auxílio mesmo estando fora da casa.
Maria de Lurdes, que vive sozinha na zona da Mouraria, junto a Albufeira, tem apenas a companhia dos cães e, apesar do filho viver perto, diz que se sente "mais segura" desde que instalou o equipamento.
No caso do alarme ser accionado e ninguém atender o telefone, os operadores que estão na central contactam os familiares e sempre que se verificar uma situação de emergência, o caso é encaminhado para as autoridades.
Contudo, segundo disse à Lusa um responsável da empresa que presta o serviço, a maioria das chamadas recebidas no "call-center" (central de atendimento) devem-se a situações de solidão.
A presença das autoridades de emergência médica só se regista em cerca de 8%o dos casos, devido a quedas ou dores no peito, observa André Rocha, que diz que o cliente mais velho a usar o sistema tem 101 anos. "Temos sempre o cuidado de tratar as pessoas pelo nome e falar um pouco com elas, tentado também contactá-las em alturas festivas como a Páscoa, Natal ou no aniversário", acrescentou.
Para que o serviço seja suportado pela autarquia, os potenciais utentes têm que ter mais de 65 anos, viver sós ou em situação de isolamento e cuja família não tenha rendimentos superiores ao salário mínimo nacional.
Actualmente existem 16 pessoas a beneficiar gratuitamente do sistema, embora, segundo a vereadora Marlene Silva, existam "muitas mais" a querer instalar em casa aquele serviço.