18.4.08

Governo procura melhores estratégias de resposta a novos fenómenos sociais

in AçoresNet

A directora regional da Solidariedade e Segurança Social considerou, hoje, que o trabalho desenvolvido pela Rede de Suporte Sócio-Cultural à Mobilidade Humana tem contribuído, nos Açores, para a procura de respostas mais ajustadas e eficazes na integração de pessoas em situação de vulnerabilidade grave resultante do repatriamento, da toxicodependência, da condenação a penas de prisão, da violência sexual, da imigração ilegal e de situações permanentes de sem abrigo.

Andreia Cardoso, que falava em Ponta Delgada na abertura das I Jornadas Regionais de Reabilitação Psicossocial, promovidas pelo Instituto de Acção Social para celebrar o terceiro aniversário daquela rede, acrescentou que a actividade realizada nos últimos três anos veio permitir que as entidades agregadas aumentassem a sua capacidade de acolhimento e de intervenção em função das diferentes necessidades de cada público alvo, possibilitando a realização dos seus direitos e potenciando a criação de oportunidades para a sua integração na comunidade.

A Rede de Suporte Sócio-Cultural à Mobilidade Humana tem por principal objectivo a promoção de um conjunto de respostas que permitam contribuir, através da cooperação entre diversas entidades públicas e privadas, para a integração efectiva dos cidadãos repatriados, dos imigrantes em situação de exclusão social, dos sem abrigo e de outros públicos em situação de mobilidade.

Para a directora regional, o acompanhamento do trabalho da rede tem permitido validar a implementação de uma nova estratégia promovida pelo Instituto de Acção Social,que procura corresponder à complexidade dos grupos de elevada exclusão social e que não é enquadrável pela mera execução de politicas sociais tradicionais.

Nesse quadro, surgiu a necessidade de uma redefinição permanente de todo um conjunto de novas valências, estratégias e metodologias direccionadas ao desenvolvimento dos públicos-alvo e das próprias organizações interventoras que têm que se moldar, continuamente, à diversidade das problemáticas numa lógica de estruturas flexíveis e aprendentes, referiu.

Segundo explicou, é por isso que o Governo dos Açores tem dado prioridade à criação de novas respostas, nomeadamente com a implementação do plano regional para o desenvolvimento integrado de públicos sob o Sistema de Protecção e Justiça e de cidadãos em situação de mobilidade, com as equipas multidisciplinares especializadas, com um novo processo de acolhimento diferenciado com múltiplas dimensões de suporte social, com o centro regional de prevenção e apoio à reabilitação de pessoas condenadas a penas de prisão e com a construção e desenvolvimento de metodologias e instrumentos diferenciados de reabilitação psicossocial.

Todo este empenho do Governo levou a que o investimento global passasse de aproximadamente 300 mil euros, em 2004, para os 1,4 milhões de euros, no ano passado, indicou.

Andreia Cardoso afrimou, ainda, ser necessário caminhar, agora, no sentido da promoção da proximidade entre os técnicos e as entidades envolvidas com os respectivos beneficiários na criação de projectos de desenvolvimento pessoal, promovendo a sua auto estima e identidade, fazendo-os cidadãos autónomos e úteis à sociedade.

No âmbito das I Jornadas Regionais de Reabilitação Psicossocial foram novos protocolos de adesão à Rede de Suporte Sócio-Cultural à Mobilidade Humana com a Assistência Médica Internacional (AMI), a Associação “Integrar”, a Caritas Diocesana de Coimbra, a delegação regional da Associação Portuguesa de Apoio à Vitima APAV/Açores, o Estabelecimento Prisional Regional de Ponta Delgada e a Cesaçor.

A rede passa a dispor de 22 entidades parceiras distribuídas pelos diferentes pólos operacionais que permitirão responder, com eficácia, nos Açores, a cerca de 950 cidadãos em situação de exclusão social grave.