Aníbal Rodrigues, in Jornal Público
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Lage, criticou ontem o facto de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter começado a publicar, há cerca de cinco anos, resultados regionais com um atraso de dois anos face aos nacionais. "Não sabemos o que aconteceu na economia regional desde 2006. Temos essa manifesta carência", apontou Carlos Lage, no seu discurso a propósito da tomada de posse da nova vice-presidente da CCDRN, Ana Teresa Lehmann.
"Nós, através do INE, só conhecemos a evolução da economia regional com dois anos de atraso", explicou ainda Carlos Lage aos jornalistas. Sendo as estatísticas fundamentais para a CCDRN, este organismo decidiu criar mecanismos que ajudam a suprir a falta de estatísticas atempadas por parte do INE. E esta é uma das áreas que Ana Teresa Lehman irá tutelar.
A CCDRN instituiu, na sua macro-estrutura, o Centro de Avaliação de Políticas e Estudos Regionais, onde irá funcionar o Observatório das Dinâmicas Regionais do Norte. "Precisamos de uma bússola que nos permita guiar a navegação", comentou Carlos Lage. "A superintendência de acompanhamento e avaliação será bem entregue a Ana Teresa Lehman", acrescentou Lage, adiantando que a nova vice-presidente, que até aqui foi pró-reitora da Universidade do Porto, irá coordenar também o Planeamento e Prospectiva assim como a Internacionalização e Relações Externas.
Já o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, apelou a um "maior relacionamento" do Norte com as regiões espanholas de Castela e Leão, à semelhança do que já sucede com a Galiza. "Não podemos descansar sobre os resultados obtidos", avisou o governante. Rui Baleiras explicou ainda que está prevista a existência, não apenas no Norte, mas em todas as regiões, de centros de observação de dinâmicas regionais, que irão funcionar em articulação com o observatório nacional.