Bárbara Wong, in Jornal Público
Não é concorrente ao programa do Governo das Novas Oportunidades, mas é uma outra forma de chegar ao mesmo público, àqueles jovens que não concluíram a sua formação académica e também não têm também formação profissional. Chama-se Escola de Segunda Oportunidade e vai começar a funcionar no início do próximo ano lectivo, em Matosinhos.
Hoje, a autarquia matosinhense, a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e a Associação para a Escola de 2.ª Oportunidade (AF2O) vão assinar um protocolo para a constituição desta nova oferta educativa, existente noutros países europeus e que fará parte da Rede Europeia de 2nd Chance Schools.
O objectivo, explica Guilherme Pinto, autarca de Matosinhos, é "a qualificação dos recursos humanos, o combate ao desemprego e a melhoria das condições de vida desses jovens". O programa destina-se a indivíduos entre os 16 e os 25 anos que foram excluídos das ofertas formativas disponíveis. "É uma segunda oportunidade para se qualificarem", define.
Em comunicado de imprensa, a autarquia lembra os números "alarmantes" de abandono escolar e informa que, em Matosinhos a taxa de saída antecipada da escola, sem o 9.º ano, ronda os 18 por cento; 37 por cento saem sem completar o secundário.
A nova escola pretende dar uma resposta "sócio-educativa inovadora", uma alternativa à experiência escolar "mal sucedida" que os jovens tiveram, diz Luís Mesquita, presidente da AF2O. "É um trabalho de educação não formal", ou seja, não funciona com currículos preestabelecidos, mas com planos individuais, adequados a cada um dos 40 alunos que vai frequentar o estabelecimento. Os estudantes poderão fazer workshops, em contexto de trabalho, nas áreas de cozinha, informática, multimédia, artes e apoio ao lar.
No final do ano lectivo - o objectivo é ter os alunos apenas um ano na escola - a experiência termina. O projecto vai funcionar nas instalações de uma antiga escola, em Telheiro, e Mesquita espera que o número de estudantes aumente nos próximos anos. A DREN será responsável pelos recursos humanos da escola.
A rede europeia foi criada em 1998, na altura, a Câmara Municipal do Seixal teve uma experiência-piloto de uma escola de segunda oportunidade, financiada pela Comissão Europeia.