por Rita Carvalho, in Diário de Notícias
Muitos portugueses estão a recorrer a lares para deixar os idosos por um fim-de--semana ou um mês. O serviço só é oferecido pelos privados e os custos podem ir desde 40 a 80 euros por dia. Misericórdias estudam possibilidade de aceitar utentes temporários.
Há cada vez mais famílias a recorrer a lares para que estes acolham por um fim-de-semana, quinze dias ou um mês os idosos, de forma a que estes não fiquem sozinhos em casa durante as férias. E a única solução são os centros privados, uma vez que as misericórdias ainda não aceitam utentes temporariamente, apesar de em breve poderem lançar este serviço.
Segundo a Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI), na zona de Lisboa e Cascais a mensalidade fica, em média, entre os 1200 e os 1300 euros. Já uma semana pode custar 300 euros e a diária 40, no mínimo. Nos arredores da capital, os preços médios baixam para os 800 ou 900 euros, e na província já se encontra um lar de boa qualidade por 700 euros. Mas há lares de luxo em que a diária pode atingir 82 euros. Por mês, são mais de 2400 euros.
"É bastante frequente procurarem estadas temporárias para férias. Uma solução para o idoso não ficar sozinho nem ir de férias com a família. Mas a resposta depende de cada lar, de ter vaga ou não", disse ao DN João Ferreira de Almeida, presidente da ALI, que representa 160 dos cerca de 600 lares privados do País.
De acordo com este responsável, há neste momento lares que estão sempre cheios e onde é difícil arranjar lugar.
João Ferreira de Almeida diz que a maioria das instituições tem este tipo de serviço temporário e avisa que marcar com antecedência não é a solução, porque as vagas da casa são geridas entre residentes temporários e permanentes. "E como estamos com margens cada vez mais apertadas, nenhuma casa se pode dar ao luxo de ter um quarto vazio durante muito tempo, à espera que chegue uma pessoa", explica o recém-eleito presidente da ALI. Além disso, o alojamento temporário acaba por não ser a grande área de negócio destes privados, que preferem apostar nas estadas de longa duração.
Nestes lares, os idosos encontram alojamento mas também cuidados de saúde, médicos e de enfermagem, serviço de alimentação e higiene e de animação cultural. Alguns acabam por ficar depois das férias, sendo, assim, uma mudança menos difícil. "Vemos que os idosos chegam muito contrariados, mas acabam por se adaptar e pedir para ficar", refere o responsável.
Apesar da oferta do serviço, a procura só agora está a começar, explica João Ferreira de Almeida: "Num lar com 25 idosos, dois estão lá temporariamente."
Residências de luxo com diárias de 82 euros
Entre os lares de idosos também há lugar para o luxo. Ginásio, biblioteca, piscina e vista para o mar. São estes os privilégios dos utentes das três residências Domus Vida, do grupo Mello.
Os seniores que pretendem passar uma temporada fora de sua casa mas com todo o acompanhamento necessário podem optar pelas residências da Junqueira, do Parque das Nações ou da Parede, em frente ao mar. Para além dos cuidados de enfermagem durante 24 horas, de assistência nas actividades de vida, do médico de clínica geral, do sistema de chamada de emergência, supervisão e administração de medicamentos, os utentes podem ainda participar nas várias actividades organizadas diariamente, como aulas de pintura, ou ginástica, passando por sessões de poesia ou cinema, até às idas ao teatro ou ao museu.
O alojamento é feito em suites privativas de três tipologias diferentes que podem ser utilizadas individualmente ou por duas pessoas. As residências DomusVida disponibilizam ainda estadas temporárias com diárias a partir dos 82 euros e estadas permanentes com mensalidades a partir dos 1950 euros. Actualmente, estes lares de luxo têm uma média de ocupação de 80% e dispõem de 50 vagas. Com a.b.f.