Catarina Craveiro, in Jornal de Notícias
Aposta na alta tecnologia e capacidade exportadora colocou o Norte acima da média nacional em 2004-07
Maior produtividade face à média nacional e capacidade exportadora de alta tecnologia são aspectos que caracterizam o Norte do país, entre 2004 e 2007. Um factor de competitividade foi a aposta em I&D.
As conclusões são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou ontem o Retrato Territorial de Portugal 2007, e que apontam para o facto de o nível de produtividade na sub-região do Grande Porto ser superior ao nível de produtividade nacional (28,2 mil euros contra 27,3 mil euros).
Apesar de os valores de produtividade por indivíduo empregado apresentarem uma tendência crescente de norte a sul do país, mais de dois terços das sub-regiões do país contam com níveis abaixo da média nacional. A contribuir para o aumento da produtividade esteve a aposta na utilização de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e nas tecnologias da informação.
De acordo com o INE, a importância da I&D enquanto factor de competitividade das indústrias é particularmente relevante nas actividades de três sub-regiões do Norte: Cávado, Douro e Grande Porto. Um factor que também se encontra nas duas sub-regiões de Lisboa (Setúbal e Grande Lisboa) e, ainda, no Alentejo. No que respeita à capacidade de exportar bens de alta tecnologia, o Porto e o Douro, por um lado, e o Alto Alentejo e o Alentejo Central, por outro, fazem destacar a capacidade empresarial das regiões Norte e Alentejo. "A expressiva proporção de exportações de bens alta tecnologia encontrada na sub-região Grande Porto deve-se à fabricação de componentes electrónicos", afirma o instituto.
No que diz respeito ao retrato do emprego em Portugal, o INE conclui que o número de pessoas que trabalham por turnos tem vindo a aumentar ao longo da última década. Em 2007, a proporção de trabalhadores por turnos no total de empregados correspondia a 8%, sendo mais elevada no Alentejo e em Lisboa. A crescer esteve ainda o número de trabalhadores por conta de outrem com contratos a termo.
Já o número de horas trabalhadas por semana tem vindo a reduzir ao longo dos últimos 10 anos, situando-se, em 2007, em 35 horas, o que significa menos duas horas do que em 1998. A diminuir tem estado também o trabalho habitual ao fim-de-semana, seja no sábado seja no domingo, ou em ambos, sendo o Algarve a região que registou a maior redução na proporção de trabalhadores. Em contra-ciclo está Lisboa e o Alentejo que registaram um aumento no trabalho habitual ao fim-de-semana.
Retrato de Portugal em 2007
I&D é a aposta
A importância da I&D enquanto factor de competitividade das indústrias é relevante, em especial no Norte.
Empresas tecnológicas
No que diz respeito à inovação e empreendedorismo, a criação de empresas em sectores de alta e média-alta tecnologia é mais significativa no Litoral, entre o Cávado e Setúbal. Ainda a região Centro apresenta uma capacidade de inovação maior nas suas unidades de investigação, segundo o INE.
Desemprego nos mais novos
A proporção de jovens desempregados aumentou, entre 1998 e 2007, de 4,9% para 6,9%.
Mais emprego no Norte
A taxa de emprego dos jovens variava, em 2007, entre 37,7%, no Norte, e 30,3%, em Lisboa.
Mulheres a tempo parcial
O trabalho a tempo parcial manteve-se em 18 horas médias semanais. A população feminina representava cerca de 17% do total de mulheres empregadas, valor superior ao dos homens.