Virgínia Alves, in Jornal de Notícias
A Zona Euro perdeu nos primeiros três do ano 1,22 milhões de postos de trabalho, ou seja, o número de pessoas empregadas baixou 0,8% face ao último trimestre do ano passado, a maior quebra registada desde que são compilados estes dados, 1995.
Segundo divulgou ontem o Eurostat, fazendo a comparação com igual período do ano anterior, no primeiro trimestre deste ano, o número de empregos na Zona Euro desceu 1,2%, o mesmo acontecendo na União Europeia a 27.
Dados relativos a Portugal colocam o país acima da média europeia. Quando comparado com o último trimestre de 2008, o país perdeu 1,2% dos postos de trabalho, na análise com período homólogo de 2008, a descida foi de 1,6%.
Na Zona Euro, Espanha continua a ter os valores mais elevados, tendo nos primeiros três meses do ano perdido 6,4% dos seus postos de trabalho em relação ao primeiro trimestre de 2008.
Vários especialistas explicam estes valores com a forte recessão, que tem obrigado muitas empresas a despedir trabalhadores.
Estes dados referem-se à Europa, mas o problema do desemprego atinge todo o mundo, e também ontem a Organização Mundial do Trabalho (OIT), na abertura da mini-conferência sobre o emprego, em Genebra, instou os governos a tomarem medidas urgentes a favor do emprego.
"O mundo não pode permitir-se esperar que o emprego volte a arrancar alguns anos após a retoma económica", disse o director do secretariado da OIT, Juan Somavia, lembrando que a crise do emprego poderá durar entre quatro a cinco anos além da crise económica, sem medidas de convergência entre os países .
"O nosso objectivo é pôr em prática as medidas recomendadas pelo Pacto Mundial para o Emprego para acelerar a retoma e coordenar internacionalmente as medidas de modo a que ninguém seja deixado de lado ou para trás", acrescentou.