8.9.09

Crédito ao consumo cai 27 por cento no primeiro semestre

Por Ana Brito, in Jornal Público

Maioria dos pedidos destinaram-se a compra de veículos. Crédito pessoal foi dos que mais desceu


O crédito concedido pelas instituições de crédito especializado caiu cerca de 24 por cento nos primeiros seis meses do ano, para um total de 2,2 mil milhões de euros.

A maior quebra registou-se no crédito atribuído a particulares, o chamado "crédito ao consumo", que desceu 27 por cento, para cerca de 970,6 milhões de euros, revelaram dados divulgados ontem pela ASFAC, associação que representa empresas como a Credifin, Cetelem e Cofidis, entre outras.

A associação não esclarece se a diminuição se deveu a uma quebra nos pedidos de crédito ou ao aumento dos pedidos recusados pelas instituições, mas adianta que os produtos de crédito hipotecário e crédito pessoal foram aqueles que registaram maiores descidas em valor, de 77 e 56,8 por cento, respectivamente.

Os montantes atribuídos nos contratos para aquisição de meios de transporte (que representam 75,4 por cento dos pedidos) caíram 19,9 por cento. Os créditos para compra de artigos para o lar (os segundos mais representativos em número de pedidos, com 14,4 por cento) recuaram 26,7 por cento. A única excepção foi o crédito para compra de equipamento, que subiu 12 por cento, para cerca de 2400 euros.

Ainda no chamado crédito clássico (que representa cerca de 47 por cento do total da carteira de crédito), o crédito atribuído a empresas diminuiu mais de 20 por cento, para quase 79 milhões de euros.

Outro tipo de créditos, como o crédito a fornecedores, ou crédito revolving (aqueles em que há um plafond de crédito e planos de amortização de dívida mais flexíveis, como os cartões) também registaram uma tendência de queda. O primeiro (que representa mais de 41 por cento do total da carteira) desceu 9 por cento, para cerca de 877 mil euros, enquanto o segundo atingiu cerca 280 mil euros, em queda de 44 por cento.

Em média, no primeiro trimestre, cada contrato de crédito ao consumo foi de 3639 euros, um valor que subiu para 4060 euros no segundo trimestre (menos 5 por cento face ao homólogo). Já o valor médio contratado com empresas ficou-se nos 16.247 euros, em linha com os valores de 2008, refere a ASFAC.

2,2
O crédito atribuído pelas empresas de crédito especializado quedou-se nos 2,2 mil milhões de euros no primeiro semestre, contra os 2,9 mil milhões atribuídos no período homólogo de 2008