19.1.10

‘Sabores do Cávado’ alimenta 1350 crianças

Marta Caldeira, in Correio do Minho

Combater a pobreza e a exclusão social através da reintegração profissional foi um dos grandes objectivos que estiveram por detrás da criação da ‘Sabores do Cávado’ - uma empresa de inserção da delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, com sede na vila de Prado, Vila Verde. Armando Osório, vice-presidente da instituição, garante que “em termos sociais é uma aposta ganha”.

O projecto nasceu no seio do Centro Comunitário de Prado - depois deste ter desenvolvido um trabalho de integração social da comunidade cigana local, em parceria com várias entidades desde a Câmara Municipal de Vila Verde ao Instituto Português da Juventude e Segurança Social, tal como explicou a coordenadora Patrícia Couto.

Em poucos anos, o centro comunitário acabou por expandir a sua actividade à comunidade em geral, através dos seus serviços de atendimento às famílias mais carenciadas, mas hoje em dia, aquele é também um espaço onde os mais novos e os mais velhos podem passar os seus tempos livres.

A empresa de inserção ‘Sabores do Cávado’ acabou por ser também uma consequência da necessidade de apoio social na comunidade. “A Câmara de Vila Verde tinha uma preocupação grande em assegurar a alimentação das crianças, segundo as novas leis do ensino primário, e para nós a cozinha foi um desafio. Criámos a empresa e, actualmente, somos responsáveis pela confecção e distribuição de 1350 refeições diárias para as crianças das escolas e jardins-de-infância”, indicou Armando Osório.

O investimento só foi conseguido graças à parceria com a empresa ‘Uniself’ que adaptou a cozinha com todas as tecnologias de ponta, segundo as regras restritas do HCCP - que lhe confere o estatuto de &lsquo ;serviço certificado’.
Os alunos de três das 25 instituições que alimenta podem, hoje em dia, ir almoçar às instalações do centro comunitário, estando incluido o seu transporte.

“Este é um serviço que não acarreta despesas para a CVP”, sublinhou o responsável, assinalando, por outro lado, o facto de se estar “a fazer um bom trabalho ao nível de intervenção social, já que dá a possibilidade a pessoas que tenham ficado desempregadas ou que se encontrem no desemprego de aprender uma nova profissão e, assim, aumentar o seu grau de empregabilidade futura”.

“Esta é uma aposta ganha, sem dúvida que vale a pena, quer para as escolas, quer para as pessoas que aqui estão a trabalhar, pois depois de uma formação de dois anos e meio, saem daqui com uma formação profissional e com mais possibilidades de encontrar trabalho, com base na qualificação obtida”, apontou Patrícia Couto.

Mas o trabalho que se faz através da empresa não passa só pela reintegração profissional ou pela confecção e distribuição de refeições. Há um outro trabalho de formação que se faz junto dos mais novos, ensinando-lhes a adquirir hábitos alimentares saudáveis.
“Inicialmente foi uma revolução porque na nossa ementa não servíamos às crianças batatas fritas. Mas esta é também uma forma de as ensinarmos que uma boa saúde também passa por ter uma boa alimentação”, indicou Armando Osório.

Ali as ementas são elaboradas ao pormenor por nutricionistas, que projectam ementas equilibradas para os mais novos.

O próximo projecto do centro comunitário e que passa também pela ‘Sabores do Cávado’ é a criação de um refeitório social - que poderá ser uma realidade muito em breve.