23.10.10

Bruto da Costa desafia voluntários a acabar com a pobreza

Lucília Oliveira, in Fátima Missionária

Muitas das associações de combate à pobreza, no terreno, tratam, apenas, da privação, isto é, da fome, E onde fica o tratamento das causas da pobreza?

O presidente do Conselho Nacional Justiça e Paz defendeu que «a relação do ser humano com os bens da terra não é facultativa, é obrigatória». E por isso «a pobreza é um flagelo».

Os homens têm direitos que «são subordinados ao direito dos bens da terra», acrescentou na sessão do dia do voluntário missionário que decorre em Leiria. Assim, os bens da terra são criados para servir os homens.

E os homens são, cada um por si, imagem de Deus, com a sua dignidade humana. O que releva que «também somos imagem de Deus nesse aspecto que é relacional», afirmou o sociólogo e estudioso do fenómeno da pobreza.

Um «flagelo» que quis explicitar às dezenas de voluntários missionários na plateia, apontando que o «individualismo» marca a cultura ocidental. E apesar de, na Europa terem sido efectuados muitos progressos, «continuamos com taxas de pobreza que não se justificam num país de primeiro mundo», salientou.

«A pobreza – defendeu – só é vencida quando o homem se tornar autónomo do ponto de vista financeiro, para satisfazer as suas necessidades básicas fundamentais». Para o responsável da Comissão Nacional de Justiça e Paz, o sucesso de um programa só se verifica se ele deixar de ser necessário. «Se dura muito o projecto, não está a ajudar as pessoas a recuperar a sua autonomia».

Para resolver o verdadeiro problema da pobreza importa ir às causas e não tratar, apenas, da privação de alimentos. «E aqui é que tu podes fazer a diferença», interpelou.