Sandra Silva Costa, in Jornal Público
Três por cento. Este é um dos números do contentamento da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e refere-se à descida da taxa do abandono escolar. Ainda há 36,3 por cento de alunos que deixam a escola antes de terminarem o ensino secundário, mas esta cifra, registada nos primeiros meses deste ano, fica abaixo da contabilizada no ano lectivo anterior. O próximo objectivo é este: até 2010, fazer descer a fasquia pelo menos até aos 30 por cento.
"Os dados do segundo trimestre de 2007 reflectem os resultados escolares de 2006 e aí a melhoria é de três por cento, baixando o abandono escolar para 36,3 por cento, o que é muito significativo", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, em entrevista à TVI.
Os dados relativos a 2003, 2004 e 2005, disse ainda Lurdes Rodrigues, situaram o abandono na casa dos 40 por cento, o que faz a ministra considerar que "o ritmo da recuperação é surpreendente e muito melhor" do que aquilo que o Ministério da Educação esperava. Até 2010, a tutela espera conseguir que o abandono se situe nos 30 por cento.
Como se alcança este objectivo? Responde agora Rui Nunes, assessor de imprensa da ministra: "Dando mais apoios a mais alunos, de forma a retê-los no sistema."
Estes apoios, concretizou Rui Nunes, passam sobretudo pelo alargamento da oferta de cursos de educação e formação e profissionais, que têm, ao longo dos últimos anos, atraído cada vez mais alunos. "As estatísticas mostram que o aumento da população estudantil no último ano deveu-se a uma expansão brutal no ensino profissional e é aqui que o ministério vai continuar a apostar", explicou. No ano lectivo 2005/06, estavam matriculados no ensino secundário 326.182 alunos; um ano depois, eram 337.446. Nos cursos de nível 3 do ensino profissional a evolução foi esta: de 33.341 para 44.466 em 2006/07.
"A ideia é fazer com que mais pessoas regressem à escola através deste nível de ensino, que é o que mais qualifica para o mercado de trabalho", disse ainda Rui Nunes, antes de sublinhar que é ao nível do ensino secundário que se coloca o problema do abandono. "Até ao 9.º ano, as taxas de abandono são residuais, situando-se na casa do 1,5 a dois por cento."
Para além do aumento da oferta de cursos de ensino profissional, a aposta da tutela para travar o abandono reside também no reforço da acção social escolar. com Lusa
A ministra Lurdes Rodrigues entende que o ritmo da recuperação do abandono é "surpreendente"