29.3.08

Câmara do Porto vai instalar 5000 m2 de painéis solares até 2010 em bairros sociais

Aníbal Rodrigues, in Jornal Público

Rui Rio anunciou que o Porto irá integrar um grupo com cerca de 100 cidades europeias que vão assinar um tratado de diminuição das emissões poluentes


O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, anunciou ontem que a autarquia se prepara para instalar cinco mil metros quadrados de painéis solares até 2010, através da empresa municipal Domus Social. "Até ao fim de 2010, serão instalados cinco mil metros quadrados nos bairros sociais do Porto, correspondendo a cerca de 1500 famílias, e em instituições de carácter desportivo, educativo ou social", afirmou Rui Rio após a apresentação da Matriz Energética do Porto, feita por Oliveira Fernandes, presidente do conselho de administração da Agência de Energia do Porto (AdEPorto).

Uma matriz que diagnosticou uma excessiva dependência do Porto da energia eléctrica, factor que contribui para aumentar as emissões de dióxido de carbono (CO2), uma vez que esta energia, apesar de limpa no momento da utilização, na fase de produção obriga, em mais de 60 por cento, ao uso de combustíveis fósseis. Nesse sentido, a matriz energética elaborada pela AdEPorto sublinha a urgência de reconverter o uso da electricidade para gás natural ou painéis solares.

A Matriz Energética do Porto, que se baseia em indicadores de 2004 por serem estes os mais recentes que estão disponíveis, indica que as emissões de CO2 atingem as 5,5 toneladas/ano por habitante. Um dos objectivos da AdEPorto e da autarquia é chegar às 3,5 toneladas anuais por habitante em 2020. Nesse sentido, Rui Rio assumiu que o Porto fará parte de um grupo com cerca de 100 cidades europeias que, no início de 2009, irão assinar um tratado onde se comprometem a reduzir emissões poluentes.

O presidente da Câmara do Porto recordou também algumas medidas que, entretanto, já estão a dar o seu contributo para baixar o nível de emissões poluentes na cidade. É o caso da Águas do Porto que, "ao adoptar o sistema gravítico na rede de abastecimento eliminou completamente o bombeamento eléctrico e, assim, reduziu drasticamente o seu uso de energia". O autarca lembrou ainda que metade da frota da STCP é movida a gás natural e que o Metro do Porto é "particularmente limpo quando se avalia a relação consumo de electricidade por passageiro/quilómetro". Metro que veio também contribuir para uma considerável redução do consumo de combustíveis nos transportes rodoviários.

Já em declarações aos jornalistas, Rui Rio lembrou a urgência de criar a Autoridade Metropolitana de Transportes, "que já devia existir e não existe". Este organismo irá definir a totalidade da política de transportes, individuais e públicos.