20.3.08

Violência e poluição são riscos mais temidos

in Jornal de Notícias

Os problemas ambientais, como a poluição, os incêndios e a destruição da camada de ozono, são uma das maiores preocupações dos portugueses, a seguir à violência, revela uma investigação do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

A investigação, que acaba de ser publicada pela Imprensa das Ciências Sociais - editora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), com o título "Os portugueses e os novos riscos" inclui um inquérito realizado a 700 portugueses entre 2003 e 2006 e incidiu principalmente sobre questões ambientais.

Uma das investigadoras do projecto, Ana Delicado, do ICS, disse que, questionados sobre os riscos que mais temem, 24% dos portugueses apontam a violência, surgindo a seguir os problemas ambientais (21%).

Segundo a publicação, uma larga maioria dos portugueses (84%) considera que os riscos ambientais tendem a aumentar no futuro, mas só pouco mais de metade (55%) tem o hábito de procurar informações sobre o assunto e 90,5% nunca participou em acções de protesto perante riscos ambientais ou de saúde pública.

O inquérito mostra igualmente que a passividade generalizada dos portugueses face aos riscos ambientais tem a ver com falta de oportunidade (38,5%), de tempo (23,75%) e a falta de informação (9,6%).

Entre os que participam em movimentos cívicos, 36,3% optaram por fazê-lo em manifestações e 22,6% através da assinatura de uma petição ou abaixo-assinado.

Segundo o inquérito, os portugueses que têm por hábito procurar informação sobre riscos procuram fazê-lo através dos meios de comunicação social (86%), especialmente na televisão.

No entanto, 42,4% classificam de alarmista a abordagem dos media aos riscos ambientais.

Para os inquiridos, a opinião dos cientistas é mais credível do que a do Estado e das empresas.

Ana Delicado destacou que os portugueses preocupam-se mais com os riscos ambientais que afectam o planeta do que com aqueles que atingem as suas localidades. "Apenas 37% dos inquiridos afirmou que havia riscos nas localidades que os preocupavam", disse.