in Jornal Público
Já não é a primeira vez que estudos internacionais indicam que os portugueses, quando comparados com outros europeus, não são dos mais felizes
Portugal ocupa o 21.º lugar de uma lista de 29 países europeus onde foi realizado um estudo sobre a qualidade de vida e a felicidade das crianças. Esta investigação realizada por uma equipa da universidade britânica de York e publicada ontem, confirma a distância de Portugal relativamente aos outros países, em matéria de felicidade.
Já um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, divulgado em 2007 em que foram inquiridas mais de 20 mil pessoas em 15 estados-membros da União Europeia, apresentava os portugueses e os italianos como os europeus menos felizes e menos satisfeitos com a sua vida num "mapa europeu sobre a felicidade".
Coordenado pela professora na Faculdade de Economia da Universidade de Cambridge, Luísa Corrado, este estudo continha perguntas como o nível de confiança que os inquiridos têm nas pessoas que as rodeiam, na sociedade em geral, na polícia, no sistema legal e nos respectivos governos.
A investigação divulgada ontem preocupa-se mais com indicadores relacionados com a qualidade de vida e comportamentais. Para concluir que as crianças mais felizes da Europa vivem nos Países Baixos e na Escandinávia, enquanto a França está classificada a meio da lista e o Reino Unido na 24.ª posição. Os Países Baixos situam-se à cabeça de uma lista dos países europeus elaborada a partir de 43 critérios (mortalidade infantil, obesidade, pobreza, etc.) quanto aos menores de 19 anos.
Estes dados referem-se, na maioria, a 2006, e foram compilados pelo Grupo de Acção Contra a Pobreza Infantil (CPAG). A Suécia e a Noruega alcançaram, respectivamente, o terceiro e quarto lugares da lista. A Alemanha surge colocada em oitava posição e a França em décimo quinto. O Reino Unido encontra-se na cauda mas à frente de Roménia, Bulgária, Letónia, Lituânia e Malta. Os Países Baixos obtiveram resultados elevados em todas as categorias. Os escandinavos, elogiados pelo fraco número de crianças mortas em acidentes, têm igualmente os jovens menos inclinados a adoptar "comportamentos de risco", como relações sexuais precoces, fumar e beber álcool.
A França situa-se na décima posição quanto aos comportamentos de risco e à qualidade do meio ambiente. Mas está em 20.ª posição no âmbito da saúde e em 28.º lugar no que respeita às relações dos jovens com as suas famílias e com os seus pares. Para os responsáveis do CPAG que concentra a sua análise na posição do Reino Unido, a 24.ª posição britânica explica-se, em particular, pelo "grande número de crianças que vivem em famílias onde nenhum dos progenitores trabalha". PÚBLICO/AFP