23.4.09

Reduzir salários não é solução para evitar o desemprego

in Jornal de Notícias

"Não creio que sejam possíveis, de forma generalizada na economia portuguesa, soluções drásticas dessa natureza", afirmou Vieira da Silva, ministro do Trabalho e Solidariedade Social.

O ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira da Silva, rejeitou hoje, no Porto, a solução "drástica" apontada pelo empresário Belmiro de Azevedo de reduzir os salários para metade, como forma de combate à crise.

"Não creio que, num país que tem os níveis salariais que Portugal tem, esta seja uma solução que está em cima da mesa. Não creio que sejam possíveis, de forma generalizada na economia portuguesa, soluções drásticas dessa natureza", afirmou Vieira da Silva, em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre se uma redução de salários poderá contribuir para evitar o crescimento dos níveis de desemprego.

Vieira da Silva, que falava à margem da cerimónia de apresentação dos Gabinetes de Inserção Profissional, lembrou que a estratégia de empresas em dificuldades deve passar por recorrer aos apoios do Estado.

"Há também a possibilidade para muitas empresas, de utilizarem os apoios públicos para poderem ultrapassar esta crise sem que isso se traduza na redução de postos de trabalho", observou.

O empresário Belmiro de Azevedo defendeu quarta-feira que "mais vale neste país ganhar metade mas estar activo", porque "a pior coisa é as pessoas baixarem os braços", porque assim "não se pode resolver nada".

O patrão do grupo Sonae falava na Escola de Gestão do Porto (EGP), a que está ligado como presidente do respectivo Conselho Geral e onde ouviu e viu 29 finalistas do "Magellan MBA" defenderem os seus talentos, através de um vídeo e num minuto.