in Jornal de Notícias
Cerca de duas dezenas de jovens instalaram-se "simbolicamente" em sete tendas montadas na Praça da Liberdade, no Porto, num protesto organizado pelo Movimento Jovens Desempregados.
"Montámos umas tendas para simbolizar o facto de os jovens, pela sua situação de desemprego e precariedade, não poderem fazer planos a longo prazo, não poderem comprar ou arrendar casa e terem que ficar em casa dos pais até muito mais tarde do que o desejável", afirmou Elsa Silva, da organização, em declarações à agência Lusa.
O protesto, que decorreu entre as 11:00 e as 14:00, foi a primeira iniciativa do MJD - que integra o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), ligado à CGTP - no distrito do Porto.
Criado recentemente, o MJD é um movimento de jovens "que querem emprego com direitos": "Queremos ganhar o nosso próprio pão, aspiramos à nossa independência familiar", lê-se numa brochura hoje distribuída aos transeuntes, na Praça da Liberdade.
No documento, o desemprego é apontado como "um dos maiores problemas que os jovens enfrentam hoje" e os "sucessivos governos PS e PSD, com a ajuda do CDS-PP", são acusados de "atacar severamente os jovens e o acesso ao trabalho com direitos".
"No distrito do Porto, dados do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) informavam que existem mais de 37 mil jovens desempregados", refere, acusando ainda os patrões de usarem "o argumento da crise" para tratar os jovens como "mercadoria descartável".
Segundo o MJD, muitos dos jovens desempregados "empenharam quase duas décadas na sua formação na expectativa de uma melhor saída profissional", mas "mesmo os jovens com elevadas qualificações não encontram colocação no mercado de trabalho, como demonstram os mais de oito mil licenciados do distrito no desemprego".
De acordo com Elsa Silva, o MJD não tem agendados, "a curto prazo", outros protestos no Porto, tendo apenas prevista a participação nas manifestações do 1º de Maio.