in Jornal de Notícias
O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afirmou esta quinta-feira, em Amarante, que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego está em linha como a tendência registada ao longo do ano, sendo o reflexo da actual recessão.
"São números que estão na linha ou até são ligeiramente inferiores ao que tem sido o comportamento do desemprego inscrito nos centros de emprego ao longo deste ano", afirmou Vieira da Silva, referindo que "são o sinal, na dimensão dos centros de emprego, da situação económica que vivemos, uma situação de recessão mundial".
O ministro do Trabalho comentava assim os dados hoje divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que indicam que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego disparou 23,8 por cento em Março face ao mesmo mês de 2008, prolongando a subida iniciada em Outubro e marcando o acréscimo mais elevado desde Setembro de 2003.
Vieira da Silva, que se deslocou a Amarante para visitar uma feira de emprego e formação e o pólo de formação de CENFIN - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, disse que o Governo vai "trabalhar para dar resposta às pessoas que acorrem aos centros de emprego".
"É esse o nosso principal objectivo, encontrando alternativas de emprego e de requalificação profissional", afirmou, realçando que o objectivo do Governo é "continuar a trabalhar para que a economia possa ajudar a que esta recessão não seja tão profunda e não tenha consequências tão graves quanto aquelas que são estimadas a nível internacional".
Neste sentido, o ministro defendeu a manutenção "do emprego existente" e ajuda às empresas para que "não sejam obrigadas a despedir".
Vieira da Silva sublinhou também a importância de apostar na formação, tendo como objectivo "preparar as pessoas para a retoma da economia, de modo a que a enfrentem com mais qualificação e preparação".
Referindo-se às previsões divulgadas na quarta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontam para uma taxa de desemprego de 9,6 por cento este ano e 11 por cento em 2010, o ministro afirmou tratar-se da "mais séria" estimativa das "últimas décadas".