in Jornal Público
A directora regional de Bragança da Segurança Social, Teresa Barreira, revelou ontem que os serviços têm registado alguma relutância, por parte dos idosos do distrito, em aderirem ao complemento solidário para idosos (CSI). "Não requerem o que é um direito", afirmou a directora da Segurança Social, que tem como meta fazer chegar esta ajuda a cinco mil idosos até ao final do ano, mas que acredita que podiam ser mais.
"Continua a haver resistências que não conseguimos ultrapassar", admitiu a responsável em declarações à Lusa, apontado a recusa em disponibilizar dados patrimoniais como uma das principais causas desta relutância. Outro dos motivos, disse, prende-se com o facto de terem que ser também disponibilizadas as declarações de rendimentos dos filhos para a atribuição deste complemento. A iniciativa governamental pretende "esticar" as pensões mais baixas, até os 400 euros.
Teresa Barreira aponta também questões culturais, como o espírito de poupança destas gerações, que "continuam a conseguir governar-se com pensões baixas, e a dificuldade em solicitar o que é de seu direito".
CSI explicado
Perto de 25 mil pessoas já se dirigiram aos serviços da Segurança Social, no distrito de Bragança, a pedir informação sobre o CSI desde a criação desta medida. Esta procura traduziu-se em 6750 requerimentos, que resultaram na atribuição do CSI a 4162 pensionista e no indeferimento de 2232 pedidos.
"Não estamos a tocar ainda todos os idosos", reconhece a directora regional da Segurança Social, frisando que os serviços estão a tomar medidas para chegar a um número maior de beneficiários.
Uma delas está em curso nos centros de saúde, onde jovens voluntários para a solidariedade têm abordado os idosos, a quem explicam a medida, entregam e ajudam a preencher requerimentos. Nestas acções são também lembrados aos idosos os benefícios proporcionados pelo CSI na área da saúde, nomeadamente apoio financeiro para próteses dentárias e óculos, entre outros.