Pedro Romano, in Diário Económico
Portugal foi o país que mais aumentou os gastos com transferências sociais na última década. Mas a eficiência na diminuição da pobreza não melhorou.
A Segurança Social portuguesa é uma das mais ineficazes da Europa. Na última década, os recursos canalizados pelo Estado aumentaram como em mais nenhum país na Europa a 27, mas o ganho líquido no combate à pobreza foi praticamente nulo. Resultado: embora seja o oitavo a desembolsar mais dinheiro, o risco de pobreza em Portugal é o 9º mais alto.
E não foi por falta de vontade política que o combate foi perdido. Entre 1998 e 2008, as transferências para os mais pobres, geridas pela Segurança Social, passaram de 11,3 para 15,6% do PIB. Uma subida feita em contraciclo com uma Europa que, no mesmo período, manteve os gastos razoavelmente estáveis em torno de 13,8% do PIB.