5.11.10

Catástrofes matam milhares

in Jornal Público

Os desastres naturais em Portugal tendem a causar muitos danos e vítimas. A avaliar pelos dados do relatório sobre o desenvolvimento humano, 1560 portugueses por cada milhão de habitantes podem ser afectados por intempéries a cada ano que passa.

O relatório define como catástrofes naturais as secas, os sismos, as temperaturas extremas, as cheias, as pragas de insectos, as tempestades, os vulcões e os incêndios. Mas no caso de Portugal são as catástrofes ligadas ao clima e aos incêndios que explicam os elevados números. Só nos Estados Unidos e na República Checa a situação pode ser pior.

Basta lembrar o desastre provocado pelos incêndios de 2003 e 2005, as mortes provocadas pelas ondas de calor, os prejuízos da seca e as cheias que se repetem para perceber o destaque que o país assume neste indicador. O caso da Madeira veio confirmar estes números negros.

Mas o país mostra-se também vulnerável à poluição da água e do ar. Portugal surge na nona posição com mais mortes por milhão de habitantes devido a esta causa. Embora o indicador inclua doenças provocadas pela falta de qualidade da água, no caso português é o ar que mais mata, sobretudo por causa da poluição provocada pelo tabaco.

No entanto, em termos de indicadores de saúde, o país não se sai mal, já que em relação ao número de médicos e de camas por cada 100 mil doentes está perto daqueles países que estão no topo do ranking. Há 34 médicos e 35 camas hospitalares para 100 mil habitantes, enquanto na Noruega esse número sobe para 39 em ambos os casos. Já em relação ao investimento nesta área, os números já não são tão favoráveis - a despesa pública por cada habitante é metade da norueguesa. A.F.