30.10.15

Casais sobrevivem sem rendimento e com bebé ao colo

Diana Palma Duarte, António Antunes, Sérgio Ramos, Filipe Silva, Vanessa Brízido, In RTP

O Sexta às 9 descobriu que os atrasos no pagamento de subsídios parentais chegam aos quatro meses.

A Segurança Social não esclarece quantas famílias estão a ser afetadas, mas atribui o problema ao aumento da natalidade.

O Sexta às 9 sabe, no entanto, que a principal causa é a falta de recursos humanos.

Na última década, a Segurança Social perdeu perto de dez mil funcionários.

Portugal recebeu mais imigrantes permanentes em 2014

In TVI 24

Portugal recebeu no ano passado 19.516 imigrantes permanentes, mais 1.962 face a 2013, a maioria mulheres e de nacionalidade portuguesa, referem as “Estatísticas Demográficas 2014” divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Dados do INE indicam que o número de imigrantes permanentes subiu entre 2004 e 2009 (de 21.093 para 32.307, mais 11.214 pessoas), caiu entre 2009 e 2012 para as 14.606 pessoas, tendo vindo a subir desde esse ano.

Durante o ano de 2014, o INE estima que tenham entrado em Portugal 19.516 pessoas, para residir por um período igual ou superior a um ano (conceito de imigrante permanente), das quais 45% eram homens e 55% mulheres.

Do total dos imigrantes permanentes, 52% tinham nacionalidade portuguesa, 40% nasceram em Portugal, 54% residiam anteriormente num país da União Europeia.

A grande maioria (81%) tinha entre 15 a 64 anos, refere a publicação do INE que analisa as várias temáticas do comportamento demográfico da população em Portugal, como crescimento natural e migratório, natalidade, mortalidade e movimentos migratórios internacionais

Já o número estimado de emigrantes temporários (pessoas que deixaram o país com a intenção de permanecer no estrangeiro por um período superior a três meses e inferior a um ano) foi de 85.052, “sendo superior e acentuando-se a diferença face ao número de emigrantes permanentes”, sublinha.

O número de emigrantes temporários em 2014 foi o maior desde 2011, ano em que totalizavam 56.980, subindo para 69.460 em 2012 e 74.322 em 2013.

“Enquanto o número de emigrantes permanentes decresceu cerca de 8% em 2014 relativamente a 2013, o número de emigrantes temporários registou um aumento de 14% (74.322 em 2013), prosseguindo a tendência de crescimento que se verifica na corrente série” iniciada em 2011, referem os dados do INE.

Já o número de emigrantes portugueses permanentes caiu pela primeira vez no ano passado, desde 2009, ano em que totalizavam 16.899, contra 49.752 em 2014.

Do total de emigrantes temporários, 72% eram homens e 28% mulheres. A grande maioria (96%) tinha nacionalidade portuguesa, 64% tiveram como destino países da União Europeia e 94% eram pessoas em idade ativa.

O INE salienta que, pelo quarto ano consecutivo, o saldo migratório apresentou um valor negativo, “ainda que mais atenuado face aos dois últimos anos”.

“A evolução face ao ano anterior resultou do efeito conjugado da diminuição do número de emigrantes permanentes (49.572 em 2014 e 53.786 em 2013) e do aumento do número de imigrantes permanentes (19.516 em 2014 e 17.554 em 2013)”, explica.

Família síria consegue título de residência temporária em Portugal

In Sic Notícias

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras aceitou o pedido de asilo da família síria que chegou a Portugal através do movimento "Famílias como as Nossas" e atribuiu-lhes o título de residência temporária, disse um dos responsáveis da associação.

A família, constituída por um casal e três filhas, tinha estado nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) na passada sexta-feira, tendo sido informada de que poderia ter uma resposta ao seu pedido no prazo de duas semanas.

Já nesta segunda-feira, a família foi informada de que teria de comparecer novamente no SEF na manhã de hoje e o resultado não podia ser mais animador.

"Eles já passaram a fase de inquérito da admissibilidade do pedido e agora vão ficar com uma autorização de residência, que ainda é provisória, mas é de acordo com o procedimento da lei portuguesa", disse à Lusa Nuno Félix, da "Famílias como as Nossas", entretanto constituída associação.

Nuno Félix explicou que cabe agora ao Estado português dar uma resposta definitiva no prazo de seis meses e emitir a medida de proteção definitiva.

"O que acontece nestes casos é que quando é admitido o pedido de refugiado, o Estado português dá sempre a medida de proteção. Agora é só uma questão de vermos qual vai ser a medida de proteção", adiantou.

Para a família síria, esta foi uma deliberação que os deixou "obviamente contentes".

"Eles sabem que ainda não têm a decisão definitiva sobre a medida de proteção. Eles têm que perceber que estes trâmites burocráticos levam o seu tempo, mas estão muito felizes. Eles sentem-me muito bem aqui", disse Nuno Félix à agência Lusa.

A família já está a começar a aprender português, "têm sido bem acolhidos na rua" e "têm tido uma vida muito autónoma", acrescentou.

"Eles saem todos os dias sozinhos à rua, vão ao supermercado, passeiam, já são conhecidos pelos vizinhos", contou.

Nuno Félix explicou que agora, com esta licença de residência, a família pode dar outros passos importantes, nomeadamente o pai já se pode ir registar nas Finanças, as crianças podem ir para a escola e todos passam a ter acesso a serviços de saúde.

"Passam a ser tratados como qualquer estrangeiro legalmente em Portugal", apontou.

Admitiu que o conseguir ultrapassar mais esta etapa lhe trouxe alívio, mas revelou que tinha a certeza de que a família preenchia todos os requisitos necessários para darem entrada com o pedido de asilo.

Sublinhou, por outro lado, que a importância desta etapa tem a ver sobretudo com o facto de esta família poder agora começar a trabalhar efetivamente num projeto de vida, desde encontrar um trabalho ou uma casa que não seja provisória.

Nuno Félix aproveitou ainda para realçar a forma excecional e prestável como o SEF lidou com o pedido da família, sublinhando que o serviço tinha três meses para tomar uma decisão, mas que o fez em três semanas.

Primeiros refugiados chegam dia 7

Raquel Moleiro, Christina Martins, Carolina Reis, in Expresso

Autoridades portuguesas estão informadas da vinda de oito famílias, 30 adultos e 15 menores, atualmente colocadas no Cairo e há nove meses à espera de visto

Os 45 refugiados que há nove meses esperam, no Cairo, por um visto para serem reinstalados em Portugal, chegam no sábado, dia 7 de novembro. "Se tudo continuar a correr bem com o processo, é essa a data prevista", diz ao Expresso Beat Schuler, representante do ACNUR de Roma, que gere o processo de reinstalação. As autoridades portuguesas já foram informadas desta chegada

Há nove meses que 27 sírios, dez eritreus e oito sudaneses esperam no Egito pela viagem que os trará para Portugal, ao abrigo da quota anual de reinstalação acordada com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Depois de sucessivos adiamentos, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) confirmou a emissão dos vistos de saída, um procedimento burocrático das autoridades egípcias que provocara a última paragem do processo.

"De acordo com a informação disponibilizada pelo ACNUR no Cairo, será expectável que a sua chegada a Portugal se registe no início de novembro", tinha avançado o SEF ao Expresso na semana passada.

No total são 45 pessoas, divididas oito famílias compostas por 30 adultos e 15 menores, que vão ser alojadas em Lisboa, Sintra e Penela, no distrito de Coimbra. No dia da partida, dois inspetores do SEF estarão no Cairo para acompanhar as famílias no voo até à capital portuguesa, via Roma.

Este grupo de refugiados fugiu para o Egito há cerca de dois anos. Os sírios e os sudaneses empurrados pela guerra, os eritreus pelo regime ditatorial do Presidente Isaias Afewerki. Viveram até agora nos subúrbios da capital egípcia, no grande Cairo, casa de 82 mil refugiados concentrados no distrito 6 de outubro, em pequenos apartamentos degradados, arrendados a preços especulativos.

Nas últimas semanas, na expectativa da partida, as famílias atribuídas a Portugal - e que aceitaram o destino sugerido pelo ACNUR -, venderam os poucos bens que adquiriram durante o refúgio no Egito. Em Portugal, em contraponto, terão tudo pronto à sua espera. Vão ter casa mobilada, dinheiro para as despesas fundamentais, um vale-transporte, água, luz e gás pagos.

Em Lisboa, o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) vai acolher em seis apartamentos, na Alta de Lisboa e nas Olaias, uma mulher da Eritreia com os três filhos e três famílias sírias, que são na verdade apenas um agregado alargado (uma matriarca com dois filhos jovens e duas filhas, elas já com as suas famílias também). As oito crianças em idade escolar vão ser acompanhadas no colégio São João de Brito e também no Agrupamento Escolar da Alta de Lisboa. Até já foi encontrada uma tradutora de tigrínia, uma das línguas faladas na Eritreia.

No Cacém ficarão, vindos da Eritreia, uma mãe e os seus cinco filhos e ainda um casal sudanês com duas crianças, a cargo do Conselho Português para os Refugiados (CPR). Penela será o local de acolhimento dos restantes quatro agregados: três casais sírios e dez crianças, e uma mulher sudanesa com três filhos. Ali, a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP) tem apartamentos T3 e T4 prontos a habitar, empregos para os adultos, escolas para as crianças, um carro, professora de português, psicóloga, enfermeira e tradutora

Também durante o mês de novembro deverão partir da Grécia e de Itália os primeiros requerentes de proteção internacional que Portugal vai receber ao abrigo do programa de recolocação traçado pela União Europeia - 4574 no prazo máximo de dois anos. Um grupo de 30 era esperado na primeira quinzena de outubro, como anunciado pelo ministro--adjunto Poiares Maduro, mas ultrapassado o prazo ninguém arrisca novas datas.

"A calendarização de chegada dos primeiros refugiados está dependente das entidades que organizam e processam os pedidos de proteção internacional, em Itália e na Grécia", explica o SEF, que coordena em Portugal o Grupo de Trabalho para a Agenda Europeia da Migração.

Lagarde alerta para a “excessiva” desigualdade

In Jornal I

A directora do FMI considera que a culpa é da “má política económica".

A directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, criticou, na quarta-feira, a “excessiva” desigualdade, que considerou como “má política económica” que impede um crescimento sustentável.

“A excessiva desigualdade é simplesmente má política económica e não é positiva para o crescimento sustentável”, afirmou Lagarde, numa rara conversa na Catedral Nacional de Washington com o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Unidos Larry Summers.

Na conversa, subordinada ao tema “Capitalismo e Moralidade: o desafio da desigualdade”, Lagarde fez referência aos mais recentes estudos publicados pelo FMI, que destacam precisamente os efeitos negativos da crescente desigualdade de rendimentos, especialmente nos países mais desenvolvidos.

Segundo esses estudos, a subida de um ponto percentual na quota de rendimentos da classe média e baixa traduzir-se-ia num aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 0,38% em cinco anos, enquanto no caso da classe mais rica o PIB reduzir-se-ia 0,08%.

Diante da audiência presente na catedral, Lagarde apontou para a necessidade de uma “bússola moral” para canalizar os excessos do capitalismo.

Neste sentido, deu o exemplo da eliminação progressiva dos subsídios de energia e realçou a importância de igualdade salarial independentemente do sexo.

Summers, por seu turno, agradeceu à directora do FMI por ter levantado a voz contra a desigualdade económica “numa instituição conhecida por muitas coisas mas não especialmente pela preocupação com o bem-estar da sociedade”.

O ex-secretário do Tesouro dos EUA aproveitou ainda para criticar o actual sistema tributário norte-americano, considerando que favorece excessivamente os rendimentos mais elevados, apesar de ter defendido, por outro lado, as conquistas do capitalismo, por ter elevado a riqueza no mundo nos últimos 30 anos, com a China e a Índia como pontas de lança.

Por último, o também ex-presidente da Universidade de Harvard sublinhou que o foco sobre a desigualdade económica não deve olvidar-se dos actuais e crescentes desequilíbrios em matéria de saúde e educação que, em muitas ocasiões, são ocultados pelas “políticas de inveja” e “são a base do que deve ser uma sociedade com igualdade de oportunidades”.

FMI poderá analisar desigualdades sociais em alguns países

In Jornal I

No entanto, fundo não irá integrar os objectivos de redução das desigualdades nos seus planos de ajuda aos países.

O Fundo Monetário Internacional anunciou esta quinta-feira que o seu trabalho de vigilância não vai limitar-se aos indicadores de estabilidade macro-económicos, mas poderá debruçar-se, em certos países, sobre questões relacionadas com as desigualdades sociais.

"A próxima etapa no nosso trabalho operacional é incluir, caso a caso, segundo os países, a questão das desigualdades no nosso trabalho de vigilância" e nas avaliações anuais dos Estados-membros, declarou o porta-voz da instituição, Gerry Rice, durante uma conferência de imprensa.

Nos últimos dois anos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou vários relatórios afirmando que um alto nível de desigualdade social seria nefasto para a economia, afastando-se um pouco do seu papel tradicional de guardião da ortodoxia orçamental.

A sua directora geral, Christine Lagarde, acabou de dedicar a este tema duas intervenções públicas, numa semana, em Washington.

"Reduzir as desigualdades excessivas de rendimentos não constitui simplesmente uma boa política social, mas também uma boa política económica", referiu Christine Lagarde.

No entanto, segundo o porta-voz, o FMI não pretende integrar os objectivos de redução das desigualdades nos seus planos de ajuda aos países.

Zona euro. Desemprego recua para o valor mais baixo desde Janeiro de 2012

In Jornal I

Portugal registou em Setembro a quinta taxa de desemprego mais elevada da UE.

A taxa de desemprego na zona euro atingiu em Setembro o valor mais baixo desde Janeiro de 2012, ao fixar-se nos 10,8%, contra 10,9% no mês anterior e 11,5% em Setembro de 2014, revelou o Eurostat.

Os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE) revelam ainda que a taxa de desemprego no conjunto da União a 28 recuou igualmente 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior, ao cair de 9,4% em Agosto para 9,3% em Setembro, que é por seu turno o valor mais baixo desde Setembro de 2009 (em Setembro de 2014 era de 10,1%).

Em Portugal, tal como anunciou na quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística na sua estimativa provisória, a taxa de desemprego terá igualmente recuado uma décima, em linha com a tendência verificada tanto na zona euro como na UE, ao descer em Setembro para 12,2% (contra 13,4% um ano antes, em Setembro de 2014).

Ainda assim, Portugal registou em Setembro a quinta taxa de desemprego mais elevada da UE, suplantada apenas por Grécia (25%, dados de Julho), Espanha (21,6), Croácia (15,4) e Chipre (15,1).

No extremo oposto da lista, os países com taxas de desemprego mais baixas em Setembro foram a Alemanha (4,5%), República Checa (4,8%) e Malta (5,1%).

No que respeita ao desemprego jovem, a taxa registada foi de 22,1% na zona euro e de 20,1% na UE, em baixa face aos valores de 23,4% e aos 21,8% registados, respectivamente, um ano antes, em Setembro de 2014.

Em Portugal, a taxa de desemprego homóloga entre os trabalhadores com menos de 25 anos baixou em Setembro para os 31,2%, face aos 32,8% em Setembro de 2014.

2014. Portugal recebeu 19.516 imigrantes permanentes

In Jornal I

Portugal recebeu no ano passado 19.516 imigrantes permanentes, mais 1.962 face a 2013, a maioria mulheres e de nacionalidade portuguesa, referem as “Estatísticas Demográficas 2014” divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Dados do INE indicam que o número de imigrantes permanentes subiu entre 2004 e 2009 (de 21.093 para 32.307, mais 11.214 pessoas), caiu entre 2009 e 2012 para as 14.606 pessoas, tendo vindo a subir desde esse ano.

Durante o ano de 2014, o INE estima que tenham entrado em Portugal 19.516 pessoas, para residir por um período igual ou superior a um ano (conceito de imigrante permanente), das quais 45% eram homens e 55% mulheres.

Do total dos imigrantes permanentes, 52% tinham nacionalidade portuguesa, 40% nasceram em Portugal, 54% residiam anteriormente num país da União Europeia.

A grande maioria (81%) tinha entre 15 a 64 anos, refere a publicação do INE que analisa as várias temáticas do comportamento demográfico da população em Portugal, como crescimento natural e migratório, natalidade, mortalidade e movimentos migratórios internacionais

Já o número estimado de emigrantes temporários (pessoas que deixaram o país com a intenção de permanecer no estrangeiro por um período superior a três meses e inferior a um ano) foi de 85.052, “sendo superior e acentuando-se a diferença face ao número de emigrantes permanentes”, sublinha.

O número de emigrantes temporários em 2014 foi o maior desde 2011, ano em que totalizavam 56.980, subindo para 69.460 em 2012 e 74.322 em 2013.

“Enquanto o número de emigrantes permanentes decresceu cerca de 8% em 2014 relativamente a 2013, o número de emigrantes temporários registou um aumento de 14% (74.322 em 2013), prosseguindo a tendência de crescimento que se verifica na corrente série” iniciada em 2011, referem os dados do INE.

Já o número de emigrantes portugueses permanentes caiu pela primeira vez no ano passado, desde 2009, ano em que totalizavam 16.899, contra 49.752 em 2014.

Do total de emigrantes temporários, 72% eram homens e 28% mulheres. A grande maioria (96%) tinha nacionalidade portuguesa, 64% tiveram como destino países da União Europeia e 94% eram pessoas em idade activa.

O INE salienta que, pelo quarto ano consecutivo, o saldo migratório apresentou um valor negativo, “ainda que mais atenuado face aos dois últimos anos”.

“A evolução face ao ano anterior resultou do efeito conjugado da diminuição do número de emigrantes permanentes (49.572 em 2014 e 53.786 em 2013) e do aumento do número de imigrantes permanentes (19.516 em 2014 e 17.554 em 2013)”, explica.

Taxa de desemprego recua para 12,2% em Setembro

Pedro Maia, in Público

Dados provisórios do INE dão conta de quase 623 mil desempregados. Emprego continua a recuar.

A taxa de desemprego em Portugal caiu ligeiramente em Setembro para 12,2%, um valor inferior em 0,1 pontos percentuais face a Agosto. Os dados provisórios foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e apontam para a existência de 621,8 mil pessoas desempregadas, menos 6,8 mil do que em Agosto e um recuo de 59,4 mil em relação ao período homólogo.

O desemprego entre os jovens também diminuiu, embora de forma mais expressiva: passou de 31,6% em Agosto para 31,2% em Setembro, ou seja menos 0,4 pontos percentuais. Na comparação com o mês homólogo, a taxa de desemprego jovem recuou de 32,8% para 31,2%.

A população empregada continua a dar sinais de estar a encolher. Em Setembro, o INE estima que havia 4,477 milhões de pessoas a trabalhar, menos 5,9 mil do que em Agosto. "Este decréscimo da população empregada foi observado em todos os grupos analisados: homens (menos 0,2% ou 4,5 mil), adultos (menos 0,1%; ou 3,8 mil), jovens dos 15 aos 24 anos (menos 0,8% ou 2,1 mil) e mulheres (menos 0,1% ou 1,2 mil)", realça o instituto que é liderado por Alda Carvalho.

O recuo do emprego já se verificava em Agosto, uma tendência agora confirmada com a publicação das estatísticas definitivas. Nesse mês, a população empregada tinha menos 15,5 mil pessoas do que em Julho.

Já na comparação homóloga, havia em Setembro masi pessoas empregadas.

Estes dados são ajustados dos efeitos das actividades sazonais, mas o INE também divulgou a taxa de desemprego não ajustada de sazonalidade, que ficou nos 12,1%, tendo-se mantido inalterada em relação a Agosto e diminuiu 1,2 pontos percentuais face a Setembro de 2014. Já a população empregada perdeu 16,2 mil pessoas.

Os números agora divulgados para o mês de Setembro são provisórios, uma vez que são apurados com base em trimestres móveis, compostos por dois meses para os quais a recolha da informação do inquérito ao emprego já foi concluída e um mês para o qual o INE faz uma projecção, e estão sujeitos a revisões. Só em Novembro serão conhecidas as estatísticas definitivas.

O INE publicou os dados definitivos da taxa de desemprego em Agosto que, afinal, ficou nos 12,3%, em vez dos 12,4% estimados inicialmente. Esta revisão não alterou contudo a tendência de crescimento mensal de que os dados provisórios davam conta. O INE também reviu a taxa de desemprego de Julho (de 12,3% para 12,2%).

Conclusão de todas estas revisões: o desemprego afectava 12,3% da população activa em Agosto, mais 0,1 pontos percentuais do que em Julho.

Questionado pelo PÚBLICO sobre as razões que levaram à revisão dos dados de Julho, o INE explicou que, “no que se refere aos dados ajustados de sazonalidade, os valores da série completa podem ser sempre sujeitos a revisões, dada a existência de mais uma observação e a natureza dinâmica dos modelos de ajustamento sazonal”. Estas revisões, acrescenta o Instituto “são de pequena magnitude e tendem a centrar-se nos valores mais recentes”.

Portugal contribuiu até agora com 340 mil euros para os refugiados

In Jornal de Notícias

Portugal contribuiu até ao momento com ajudas financeiras de 340 mil euros no quadro do combate à crise de refugiados, segundo dados sobre os compromissos e ações dos Estados-membros.

Os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, enviaram esta sexta-feira uma carta a todas as capitais com um ponto da situação sobre a aplicação das medidas acordadas na União Europeia para enfrentar a crise de refugiados, e na qual instam os 28 a honrar as promessas feitas e a concretizar as medidas decididas, algo que ainda está longe de acontecer, segundo os dados agora divulgados, e que serão constantemente disponibilizados e atualizados "online".

A nível dos contributos financeiros, e desde a cimeira extraordinária sobre migrações celebrada a 23 de setembro, na qual foram acordados diversos compromissos, os 28 Estados-membros concretizaram apoios financeiros, em diversos domínios, no montante global de 515 milhões de euros, estando ainda "em falta" 2.284 milhões de euros, ou seja, a grande parte das promessas feitas, algo que tem vindo a ser insistentemente lembrado por Juncker.

De acordo com os dados do executivo comunitário, Portugal confirmou até ao momento 250 mil euros para o Fundo para a África, tendo sido um dos 10 Estados-membros a concretizar contributos para este instrumento, no total de 28,8 milhões de euros, verba ainda muito distante da desejada por Bruxelas (faltam 1,7 mil milhões de euros).

Sem ter ainda concretizado ajudas financeiras para o Fundo para Síria nem para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Portugal confirmou ainda 90 mil euros para o Programa Alimentar Mundial, tendo sido um dos 15 países a fazê-lo.

Ao nível de outros contributos para a resposta da UE à crise migratória, designadamente de meios para o mecanismo de emergência de recolocação de refugiados, Portugal respondeu com 12 agentes ao apelo da agência europeia de gestão de fronteiras (Frontex), que solicitou aos Estados-membros o envio de guardas-fronteiriços, já designou pontos de contacto nacional, oficiais de ligação em Itália e Grécia, e já tornou disponíveis 130 lugares para refugiados (faltando assim 2.951, com base na "quota" que lhe foi atribuída).

29.10.15

Nightrun solidário ajudou Cerci

Jorge Manuel Pereira, in "Brados"

Num ritmo mais lento, a andar, ou noutro mais acelerado, a correr, o evento 'Nightrun' (corrida nocturna) em Estremoz tem, durante as últimas catorze semanas consecutivas, levado centenas de pessoas a percorrer as principais artérias da cidade.

À décima quinta edição, realizada no passado dia 22 (quinta-feira), a iniciativa, da responsabilidade da Associação estremocense Rota d'Ossa, assumiu uma vertente solidária, sendo que os lucros angariados através da venda de tshirts técnicas alusivas ao evento (dois euros por cada uma) reverteu a favor da Cerciestemoz. O donativo, de 360 euros, foi entregue em frente da Residência Social da associação agraciada, no Monte da Razão (Bairro da Salsinha), e o momento presenciado pela grande maioria das cerca de duas centenas de corredores que ajudaram uma instituição que olha por aqueles que carecem de ne- cessidades especiais. "Uma iniciativa com uma dupla vertente, a do Desporto e a de ajudar a CerciEstremoz, e, naturalmente, a Cerci agradece à Rota d'Ossa", realçou Jorge Canhoto, presidente da instituição beneficiária. Ao Brados do Alentejo, Jorge Canhoto revelou ainda que, em Maio do próximo ano, pretende lançar novo desafio à Rota d'Ossa para a realização de outro evento desta natureza aquando da tradicional e, habitualmente, muito participada caminhada do Pirilampo Mágico. Por sua vez, o presidente da associação promotora do 'Nightrun Estremoz', Daniel Valadeiro, garantiu que a instituição que dirige pretende, num futuro próximo, ajudar outras colectividades do concelho, sejam elas "bombeiros, Cruz Vermelha ou lares". Com um arranque algo tímido, com pouco mais de duas dezenas de caminhantes e corredores, o presidente da Rota d'Ossa confidenciou não estar à espera que o evento registasse uma afluência desta grandeza. 'A caminhada mais participada contou com mais de 160 pessoas", enalteceu.

Nightrun solidário ajudou Cerci Num ritmo mais lento ou mais acelerado, o 'Nightrun (corrida nocturna) tem levado, durante as últimas catorze semanas consecutivas, centenas de pessoas a percorrer as principais artérias da cidade.

Mais uma gota para o oceano solidário

Jorge Manuel Pereira, in "Brados"

Cerca de centena e meia de litros de leite, 57 papas lácteas, uma dúzia de pacotes de bolachas, diversos pacotes de arroz e massa e material escolar foi o resultado da última recolha desenvolvida pelo Clube dos Direitos Humanos da Escola Secundária Rainha Santa Isabel, de Estremoz, e os artigos que visam ajudar o Centro Social e Paroquial de Santo André a cumprir a sua nobre missão em prol dos mais desfavorecidos. JORGE MANUEL PEREIRA Para a realização da iniciativa, que decorreu entre os dias 12 e 26 de Outubro, foi feito um apelo junto de toda a comunidade escolar (e também de alguns parceiros) no sentido de expressarem a sua solidariedade activa relativamente aos mais carenciados num momento de especiais dificuldades para muitas famílias portuguesas e também da região. Contudo, esta foi apenas mais uma "gota de água no oceano" das necessidades, reconhece o clube promotor da acção, realçando "que estes gestos não são suficientes para assegurar aquilo a que todas as pessoas têm direito". Integrada na campanha nacional "Contra a Pobreza e a Exclusão Social", a iniciativa solidária contou com a parceria do Núcleo de Estremoz da Amnistia Internacional e com a colaboração da Academia Sénior de Estremoz.

Quando os europeus eram os refugiados

in Económico

Os países europeus exportaram milhões de refugiados durante o século XX.

A memória é curta, diz a sabedoria popular. Mas não é preciso recuar muito anos, nem recorrer a manuais de história para que surjam episódios de milhares de europeus em fuga. Basta recuar ao século XX, o século de duas guerras no continente que criaram exércitos de migrantes/refugiados.

1. Áustria
O colapso do Império Austro-Húngaro em 1918 levou a que cerca de 20 mil austríacos procurassem uma vida melhor nos EUA, tendo o governo de Viena acabado por criar quotas para limitar a imigração para o outro lado do Atlântico. Após a anexação do país pela Alemanha nazi em 1938, cerca de 165.000 judeus austríacos fugiram para os EUA, Canadá, Argentina e Palestina, território que estava então sob domínio britânico.

2. Alemanha
A subida ao poder de Hitler em 1933 levou ao início da saída da população judaica do país. Esta fuga atingiu proporções massivas a partir de 1938, tendo acabado por emigrar um total de 282.000 pessoas, das quais 95 mil seguiram para os EUA, 60 mil para a Palestina, 40 mil para o Reino Unido. Os outros procuraram abrigo na América Latina e mesmo na China. Nos dias finais da segunda guerra mundial, a Alemanha foi palco do maior drama de refugiados da História, com cerca de 9,5 milhões de germânicos a serem expulsos ou forçados a fugir das suas casas no Leste do país (posteriormente anexadas pela Polónia e União Soviética), e também das suas residências na Jugoslávia, Hungria, Checoslováquia e Roménia, acabando por se estabelecer no resto do território alemão. Cerca de dois milhões de pessoas morreram durante estas expulsões. Após a guerra, várias centenas de milhares acabaram por emigrar para os EUA e a América Latina.

3. Grécia
Após a Primeira Guerra Mundial, a Grécia recebeu os territórios turcos da Ásia Menor que tinham populações helénicas. Mas a Turquia acabou por recusar os termos do tratado de paz, o que causou uma guerra com a Grécia entre 1919 e 1922. Derrotados, mais de 1,25 milhões de gregos fugiram das zonas que regressaram ao domínio turco, dos quais 17.000 ficaram aos cuidados da Cruz Vermelha na Síria, que na altura estava sob o domínio da França. Após a invasão Nazi de 1941, outros 30.000 refugiados gregos, incluindo um número significativo de judeus, seguiram para a Síria francesa, bem como para a Palestina e o Egipto, que na época eram controladas pelo Reino Unido.

4. Hungria
A revolta popular de 1956 contra a URSS, brutalmente esmagada pelos tanques russos, acabou por levar 200 mil húngaros a procurar abrigo no Ocidente, nomeadamente na Áustria.

5. Sérvia e croácia
A guerra dos Balcãs de 1991 a 1995 levou 200 mil sérvios residentes em todo o território jugoslavo a serem refugiados na própria Sérvia, enquanto 550 mil croatas saíram da zona de guerra para áreas mais seguras do país. Uma pequena parte deste número emigrou para se juntar à comunidade croata residente no Chile.

IMI familiar em Lisboa só para casas com valor até 200 mil euros

Paula Cravina de Sousa e Denise Fernandes, in Económico on-line

Vereador das Finanças diz que munícipes não vão pagar mais 148 euros em taxas e impostos.

As famílias com filhos que morem em Lisboa vão ter um desconto no IMI, mas só se tiverem uma casa com um valor até 200 mil euros. Esta alteração foi aprovada ontem durante a discussão e votação do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa. Assim, o universo de cerca de 33 mil famílias com filhos avançado inicialmente, será mais reduzido. No entanto, o vereador dos Recursos Humanos e das Finanças, João Paulo Saraiva, não quantificou qual o universo de famílias que vão beneficiar da medida, porque o Fisco não dá essas informações.

A Câmara previa dar aquele benefício sem qualquer limite ao valor patrimonial tributário (VPT) do imóvel. Agora, a introdução do tecto tem como objectivo corrigir uma injustiça que permitia que, por exemplo, “um imóvel com um VPT de cinco milhões de euros beneficiasse daquela medida”, afirmou João Paulo Saraiva em declarações ao Diário Económico. “Nada impede o município de fixar, segundo a nossa interpretação jurídica, um tecto relativamente ao VPT”. No entanto, não é possível quantificar quantas famílias vão afinal aproveitar aquele benefício, “porque a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) não dá os dados”. O vereador avança que foi aprovada por toda a Câmara uma recomendação do PCP para que seja fornecida pela AT a informação necessária para regulamentar sobre as matérias de impostos, para que se possa avaliar o impacto das medidas que se querem tomar.

Na prática, a decisão irá dar um desconto de 10% no imposto a pagar para quem tem um filho, de 15% para quem tem dois filhos e de 20% para os agregados que têm três ou mais filhos. A novidade é que foi introduzido um tecto: isto só é válido para casas com um VPT até 200 mil euros.

“Lisboetas não vão pagar mais 148 euros em impostos e taxas”
O vereador dos Recursos Humanos e Finanças nega que os munícipes vão pagar mais 148 euros em taxas e impostos, como defendeu o vereador do PSD António Prôa, em entrevista ao Diário Económico, publicada ontem. “Não consigo encontrar este valor, mas para conseguir um montante aproximado é preciso contar com os impostos directos, explica João Paulo Saraiva. Ora, “o IMI mantém-se, o IUC desce, a derrama desce, o único em que a receita sobe é o IMT”, avança. O vereador sublinha que “este resulta da transacção de imóveis e é completamente abusivo dizer que são os lisboetas que pagam mais porque quem comprou casa nos últimos anos em Lisboa, não é, na sua esmagadora maioria, português. Entrar com este valor nos aumentos de impostos é enganar os lisboetas, é mentira”, frisou.

O orçamento da Câmara de Lisboa para 2016 foi aprovado ontem com os votos a favor do PS e do movimento Cidadãos por Lisboa e com os votos contra da oposição. O documento segue para discussão nas comissões para ser aprovado na Assembleia Municipal a 24 de Novembro.

Há pelo menos 20 anos que as famílias portuguesas não poupavam tão pouco

in Económico com Lusa

O Dia Mundial da Poupança celebra-se amanhã dia 31 de Outubro.
Há pelo menos 20 anos que as famílias portuguesas não poupavam tão pouco

A taxa de poupança das famílias continua em níveis mínimos desde pelo menos 1995, o primeiro ano para o qual o INE disponibiliza estes dados, tendo fechado o ano de 2014 nos 6,9% do rendimento disponível.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de poupança, que em 2009 era de 10,9%, caiu para os 7,7% em 2011, o ano em que Portugal recorreu a ajuda financeira externa, tendo depois iniciado um processo de recuperação, ainda que moderado.

Em 2012, as famílias portuguesas pouparam 8,2% do seu rendimento disponível e, no ano seguinte, a taxa de poupança subiu ligeiramente, para os 8,3%.

No entanto, em 2014, a tendência inverteu-se e, nesse ano, a taxa de poupança das famílias foi de 6,9%.

Os números mais recentes indicam que este indicador continuou a cair no segundo trimestre de 2014, atingindo os 5% do rendimento das famílias no ano terminado em junho deste ano.

O primeiro ano para o qual o INE regista estes dados, o de 1995, foi aquele em que a taxa de poupança das famílias foi mais elevada, correspondendo a 12,9% do rendimento disponível.

Nos dez anos seguintes, a taxa de poupança das famílias oscilou em torno dos 10% e, desde 2006, este indicador só ficou acima dos 10% em 2009, ano em que atingiu os 10,9%.

Desde então, a porção do rendimento disponível que as famílias portuguesas conseguem canalizar para poupança tem vindo a diminuir.

Segundo o Banco de Portugal (BdP), os depósitos dos particulares nos bancos comerciais, um dos instrumentos de poupança mais comuns, estão acima dos 130 mil milhões de euros desde novembro de 2012, mês em que as famílias tinham depositado 130.158 milhões de euros.

Os números mais recentes são de agosto deste ano e indicam que os portugueses tinham depósitos no valor global de 136.759 milhões de euros nesse mês, mais 2.992 milhões de euros do que em agosto de 2014.

Nos primeiros oito meses de 2015, o montante investido em depósitos aumentou 3.954 milhões de euros, uma vez que, no final de 2014, os portugueses tinham investido 132.805 milhões de euros neste instrumento de poupança, de acordo com o BdP.

O Dia Mundial da Poupança celebra-se a 31 de Outubro e foi criado em 1924, no I Congresso Internacional de Economia, realizado na cidade italiana de Milão.

Dados de desempregados expostos a máfia de Leste pelo NetEmprego

Erika Nunes, in Jornal de Notícias

Uma "máfia de Leste" estará na origem da fraude de proporções ainda por apurar que visou alguns dos 777 107 portugueses cujos currículos estão inseridos no NetEmprego, o portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.

No final da semana passada, alguns dos inscritos receberam SMS com o remetente NetEmprego e uma alegada oferta de emprego, à qual deveriam responder via email para pt@duparex.eu. Quem aceder ao domínio do email, em duparex.eu, encontra uma página de uma suposta empresa de logística sediada em Alfena, Valongo, com vários certificados a dar "credibilidade" à falsificação. Porém, uma simples pesquisa da morada referida no Google Maps revela que, naquele endereço, existe apenas uma bomba de gasolina.

"Começámos a receber queixas de pessoas que diziam que tinham recebido mensagens nossas, quando nós não pedimos os números de telemóvel das pessoas", explica Rui Encarnação, fundador e diretor do site NetEmpregos, que foi erroneamente associado inicialmente à fraude em causa. "Pedimos que nos enviassem imagens das mensagens e os emails que receberam em resposta, com o contrato de trabalho proposto, e verificámos que se tratava de esquemas de grupos organizados do Leste que procuram angariar mulas de dinheiro", acrescenta.

Uma "mula de dinheiro" é cúmplice, sabendo ou não no que participa, de cibercrimes que permitem lavar dinheiro proveniente, por exemplo, do acesso indevido a contas bancárias. O criminoso faz a transferência para uma série de "mulas", neste caso, coniventes com o esquema, oferecendo-lhes uma comissão para que transfiram o dinheiro recebido, rapidamente, via Western Union, para o autor do crime. Assim, as autoridades têm dificuldade em seguir o rasto ao dinheiro e identificar o criminoso. Mas a "mula" pode ser chamada a responder por esse desvio e condenada pelo crime.

O site Net-Empregos, criado no ano 2000, nada tem a ver com o portal do emprego lançado, anos depois, com o nome semelhante de NetEmprego. Mas foi a empresa privada quem lançou o alerta, desde logo, junto das autoridades. "Já há algum tempo que trabalhámos em conjunto com a PJ em casos deste género, até porque esses grupos já tinham tentado registar-se no nosso site, para colocar ofertas semelhantes", revela Rui Encarnação.

O IEFP demorou mais tempo a reagir. Anteontem à tarde, bloqueou a pesquisa de currículos no site, mas tornou a abri-la ontem, referindo que "não foi detetada qualquer falha de segurança ou situação anómala no funcionamento" do portal netemprego.gov.pt. Fonte do IEFP explicou ao JN/Dinheiro Vivo que "os utilizadores têm a possibilidade de optar pela disponibilização pública ou privada da sua informação, item a item", descartando responsabilidade na exposição dos dados usados neste esquema.

Os currículos com os dados dos candidatos continuaram visíveis até meio da tarde de ontem, apesar de o IEFP já ter "conhecimento de que alguns candidatos registados neste portal podem ter sido contactados com falsas propostas de ofertas de emprego, tendo sido utilizado indevidamente o nome do IEFP e do portal netemprego.gov.pt".

Birmânia: “Provas sólidas” de genocídio contra minoria rohingya

in o Observador

A perseguição sistemática da minoria muçulmana rohingya na Birmânia oferece "provas sólidas" para a qualificar como um ato de genocídio, conclui um estudo jurídico apresentado hoje em Banguecoque.

A perseguição sistemática da minoria muçulmana rohingya na Birmânia oferece “provas sólidas” para a qualificar como um ato de genocídio, conclui um estudo jurídico apresentado hoje em Banguecoque, em que se pede à ONU que estabeleça uma comissão de inquérito.

O documento, elaborado pela Faculdade de Direito da Universidade de Yale, nos EUA, refere que as autoridades birmanesas cometeram violações contra os rohingya com a intenção de eliminar “parte ou totalmente” esta minoria.

A Birmânia não reconhece a cidadania dos rohingya — considerados pelas Nações Unidas como a minoria étnica mais perseguida em todo o mundo — que viram a sua condição agravar-se em 2012 na sequência de surtos de violência sectária com a maioria budista do estado de Rakhine, no oeste do país, que resultaram em dezenas de mortos.

Desde então, as autoridades limitaram a sua liberdade de movimentos, forçando milhares a viver confinados nas suas aldeias ou amontados em campos de refugiados, e aprovaram leis que restringem o número de filhos e os casamentos inter-religiosos.

“Vivem em condições que parecem pensadas para causar a sua destruição”, indica o estudo, baseado em três anos de investigação da organização Fortyfy Rights, em entrevistas a testemunhas e em documentos internos do governo birmanês e da ONU.

“Os atos cometidos contra os rohingya, individuais ou coletivos, reúnem os critérios enumerados pela convenção contra o genocídio”, refere o estudo, o primeiro que aplica esta convenção da ONU ao caso dos muçulmanos rohingya.

Entre outros, a investigação denuncia atos do exército, polícias e forças de segurança que provocaram a morte ou danos físicos e mentais aos rohingya, deterioração das suas condições de vida para causar destruição física e impuseram medidas para prevenir a sua reprodução.

O estudo conclui que diante da discriminação de que são alvo os rohingya, o governo birmanês e outros atores em Rakhine, à margem das suas motivações, agiram com “intenção” de cometer genocídio.

Os autores do relatório e a Fortyfy Rights instam, por isso, o Conselho dos Direitos Humanos da ONU a estabelecer uma comissão de investigação relativamente aos crimes cometidos contra os rohingya, incluindo o de genocídio, ao abrigo da lei internacional.
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A actividade física dos idosos no Porto: elas vão às compras e eles a qualquer lado

Rita Ponce, in Público on-line

A população portuguesa é a sexta mais envelhecida do mundo e quase metade vive em cidades. Estudo ilustra a importância do planeamento urbano no envelhecimento activo, ao verificar que os espaços de lazer na cidade do Porto estimulam a actividade física nas mulheres mais velhas.

Será que as características de um bairro podem influenciar a actividade física dos residentes mais velhos? Um estudo de investigadores da Universidade do Porto indica que sim. A presença de parques e outros espaços de lazer na cidade do Porto contribuem para aumentar os níveis de actividade física dos idosos. Mas apenas nas mulheres, pois nos homens o ambiente parece não ter influência.

“São ainda poucos os trabalhos científicos que estudam as relações entre o ambiente urbano e os comportamentos de saúde”, diz ao PÚBLICO Ana Isabel Ribeiro, a primeira autora do artigo científico publicado em Junho na revista BMC Public Health e já classificado como “muito consultado”. Coordenado por Maria de Fátima Pina, do do Instituto de Engenharia Biomédica (Ineb), este é o primeiro estudo feito num país do Sul da Europa relacionando a prática de actividade física dos idosos com as características do ambiente urbano, usando medidas objectivas e sistemas de informação geográfica.

Ana Isabel Ribeiro é investigadora do Ineb e do Instituto de Saúde Pública, ambos da Universidade do Porto, e este trabalho faz parte da sua tese de doutoramento, que procura compreender em que medida o contexto à volta da residência afecta a sobrevivência dos idosos e o envelhecimento activo.

Trata-se de um fenómeno mundial, a população está cada vez mais envelhecida e com cada vez mais habitantes a viver nas cidades. Mas no caso da população portuguesa as mudanças têm sido drásticas: enquanto em 1960 existiam 27,3 idosos por cada 100 jovens, em 2011 no censo à população esse número passava para 127,8 idosos por cada 100 jovens. As projecções do Instituto Nacional de Estatística prevêem que em 2060 se chegue aos 300 idosos por cada 100 jovens. “É portanto fundamental estudar esta população de idosos e perceber o que podemos fazer para melhorar a sua qualidade de vida e estado de saúde, permitindo assim que vivam mais anos saudáveis”, diz Ana Isabel Ribeiro.

As sondagens do Eurobarómetro indicam que os países do Sul da Europa são os mais envelhecidos e os mais inactivos da Europa. Apesar das recomendações da Organização Mundial da Saúde apontarem a prática de actividade física como um factor importante para um envelhecimento activo, Portugal continua a ser um dos países com uma maior proporção de população inactiva.

“O nosso objectivo era perceber quais as características das cidades que facilitam ou desmotivam a prática de actividade física entre idosos, uma vez que a população mais idosa é mais vulnerável às condições do bairro de residência”, explica a cientista.

Diferenças entre sexos

Neste trabalho foram estudadas 532 pessoas com mais de 65 anos, residentes nas várias zonas da cidade do Porto e participantes no projecto EPIPorto, entre 2005-2008. O EPIPorto é um projecto do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto que acompanha e estuda ao longo do tempo 2485 adultos habitantes daquela cidade, para avaliar os factores determinantes da saúde da população.

No estudo consideraram-se todas as actividades não sedentárias praticadas mesmo durante pouco tempo: ligeiras (como caminhada leve, golfe, bilhar ou ténis de mesa), moderadas (andar a passo rápido ou dançar), e vigorosas (correr, jogar futebol ou basquetebol). Andar, jogar bilhar ou ténis de mesa eram as actividades eram as mais praticadas pelos idosos.

Resultado: os investigadores verificaram que a prática de actividades físicas de lazer não estava relacionada com as características do seu bairro, como a densidade populacional, a inclinação, a distância do mar, os espaços verdes, as zonas ribeirinhas, o nível socioeconómico ou a taxa de criminalidade.

No entanto, para as pessoas que já têm algum tipo de actividade física no seu dia-a-dia, seja ligeira, moderada ou vigorosa, a presença de parques e de outros destinos de lazer perto de casa fazia-as mexerem-se mais. Além disso, os resultados mostram que parques e de outros destinos de lazer perto da residência aumentam a actividade.

Em particular, nas mulheres idosas que praticavam algum género de actividade sobressaem dois factores importantes. O tempo dessa actividade estava relacionado com a proximidade de áreas verdes e de outros pontos de interesse na cidade, como lojas, igrejas, bibliotecas e escolas: quanto mais próximos estavam, maior era o tempo de actividade física diária. Todos esses espaços eram importantes e promoviam a deslocação pedestre. Pelo contrário, nos homens que praticavam actividade física de lazer não se verificava a mesma relação causal: “Os homens fazem actividade física em qualquer lado”, continua.

“A maior susceptibilidade das mulheres a factores ambientais está muito bem documentada”, explica Ana Isabel Ribeiro. “Os homens em todas as idades fazem mais actividade física e desporto do que as mulheres e tendem a estar menos confinados à esfera doméstica e às imediações da residência. As mulheres, especialmente as mais idosas, acabam por se movimentar num raio mais restrito em torno da residência, estando portanto mais sujeitas aos seus efeitos positivos e negativos.”

O estudo indica também que a criminalidade na área de residência não parece ter um efeito dissuasor da prática de actividade física, ao contrário do que se verifica em cidades do Norte da Europa e dos Estados Unidos. Na opinião dos investigadores, este facto pode estar relacionado com o contexto social português, em que há mais interacções sociais e laços familiares nas cidades. “Este é o primeiro estudo desta natureza no Sul da Europa, onde o contexto é diferente. Pensamos que os idosos estejam protegidos do crime pelas redes sociais que existem nas cidades.”

As conclusões deste trabalho reforçam a importância de melhorar o ambiente para as camadas mais velhas da população. Para divulgar estes resultados, a equipa já apresentou este estudo à Câmara Municipal do Porto. Esta cidade integra a Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigas dos Idosos desde 2010. Promovida pela Organização Mundial da Saúde, esta rede, que integra mais 21 cidades e vilas portuguesas, tem o objectivo de tornar estes espaços em bons locais para se envelhecer.

“Os nossos resultados são úteis para os planeadores urbanos, que poderão definir prioridades nos investimentos com base nestas conclusões. Se calhar, ao invés de apostar prioritariamente nos equipamentos desportivos, deverá ser feita uma aposta nas infra-estruturas verdes e na diversidade de usos do solo – coexistência de serviços, lojas, locais de culto, escolas, espaços culturais e outros pontos de interesse nas áreas residenciais –, pois, como o inquérito europeu Eurobarómetro reporta, são esses os locais preferencialmente escolhidos pela população para fazer actividade física” remata a investigadora.

Texto editado por Teresa Firmino

Quase 40% dos suicídios são cometidos por idosos

Romana Borja-Santos, in Público on-line

Instituto Nacional de Medicina Legal analisou autópsias de 2013 e 2014. Nesses dois anos foram registados 767 suicídios de idosos.
Há várias diferenças entre as mortes em meios urbanos e em meios rurais Pedro Cunha

Nos últimos dois anos, das 2067 autópsias a casos de suicídio que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) conduziu, quase 40% disseram respeito a mortes de idosos, que representaram 767 óbitos. A esmagadora maioria dos suicídios ainda acontece em homens, com quase 600 suicídios, e há também diferenças entre as várias zonas do país e os métodos utilizados, explica ao PÚBLICO o vice-presidente do INLMCF e autor do trabalho, João Pinheiro. O especialista considera que estes dados merecem uma reflexão, no sentido de elaborar melhores estratégias de prevenção desta realidade junto das populações mais vulneráveis.

O trabalho O Suicídio de Idosos em Portugal: Estudo de 2 Anos de Autópsias, antecipado ao PÚBLICO e feito em parceria com José Vieira de Sousa, Maria Cristina de Mendonça, António Padilha e Jorge Rosmaninho, será apresentado na conferência anual do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), que começa nesta quinta-feira, em Coimbra, e que até sexta-feira acolhe mais de 400 especialistas. O encontro, que se realiza pela segunda vez, pretende impor-se como “grande evento científico da medicina legal e das ciências forenses em Portugal”.

“A missão do instituto nestes e noutros trabalhos é pôr os mortos ao serviço dos vivos. Todas as nossas autópsias têm um objectivo imediato de um caso concreto, como encontrar o culpado de um homicídio. Mas temos imensos dados que estão fechados e a nossa conferência serve para promover que estes resultados – que resolvem problemas concretos – sirvam depois para a comunidade científica, para investigar e prevenir situações como o suicídio de idosos”, frisa João Pinheiro. Sobre os suicídios em geral, o médico forense adianta que os dados do INMLCF indicam que os números não aumentaram com a crise e que se mantiveram estáveis na última década.

Mas o responsável sublinha o “grande peso” que os idosos têm, representando 37% do total de suicídios nos anos em análise, numa altura em que a população mais velha ocupa uma fatia cada vez maior e em que o Eurostat, Serviço de Estatística da União Europeia, estima que em Portugal a percentagem de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos tenha um peso de 5,5% e que este valor ultrapasse os 15% em 2080. O vice-presidente do instituto alerta, também, que os dados dos óbitos pecam por defeito, uma vez que existem casos em que os procuradores dispensam a realização de autópsia.

Distritos com mais casos
Concretamente sobre os idosos, João Pinheiro destaca que “Lisboa, Porto, Faro, Setúbal e Santarém” são os cinco distritos com mais casos de suicídios acima dos 65 anos. Contudo, ressalva que é preciso cruzar estes dados com o peso da população dessas mesmas zonas. Mais importante, defende o médico, é a importância que os antecedentes psiquiátricos parecem ter neste desfecho. Menos expressivos mas também presentes estão os casos de pessoas com cancro ou com as chamadas comorbilidades, isto é, que acumulam várias doenças, como hipertensão, diabetes e outras patologias próprias da idade.

“Os antecedentes psiquiátricos, nos casos em que foi possível apurar, revelaram-se estatisticamente significativos como factor de risco para o suicídio precoce. As pessoas que tinham estes factores de risco suicidaram-se mais cedo do que as outras dentro do grupo dos idosos, com uma média de 74 anos. É uma associação forte e em termos de estratégia de prevenção este é um factor importante. O acompanhamento psiquiátrico destas pessoas pode ajudar a prevenir o suicídio”, insiste João Pinheiro, que apela a um debate alargado sobre estas temáticas.

O dirigente do INMLCF reitera que é importante que a sociedade encontre mais respostas para o “isolamento, doenças, falta de apoio familiar, perda de autonomia e algumas dificuldades financeiras” que levam os idosos a caminhar para esta solução extrema. Na amostra total das 767 autópsias de idosos a idade média ultrapassou os 76 anos. O tema do isolamento foi destacado recentemente pela GNR, aquando da divulgação, em Maio, da Operação Censos Sénior 2015, em que esta força de segurança identificou mais de 5200 idosos a viverem sozinhos, isolados ou com limitações físicas e psicológicas. Os militares da GNR sinalizaram 39.216 pessoas com mais de 65 anos em situação precária, quando em 2011 eram 15.596 idosos nessas condições.

Quanto à localização das mortes, o trabalho agora dado a conhecer pelo INMLCF permitiu também apurar que, em 2013 e 2014, dos mais de 700 suicídios houve quase 600 localizados no litoral, 160 no interior e 12 nas ilhas. Quanto a uma divisão entre sul, centro e norte, foram registadas 400 autópsias, 175 e 180, respectivamente. No entanto, João Pinheiro alerta, mais uma vez, que falta aprofundar estas tendências cruzando estes dados com o total de população de cada uma das áreas.

Apesar disso, o médico legista diz que é possível identificar algumas diferenças, sobretudo entre as zonas rurais e as zonas urbanas e entre sexos. “Os homens preferem os métodos mais violentos, como consta da literatura e os nossos dados replicam. Preferem em geral os enforcamentos e as armas de fogo, enquanto as mulheres preferem os chamados métodos mais soft. Só uma mulher recorreu a arma de fogo nestes 700 casos. Predominam os afogamentos, que na nossa população é tipicamente em poços e em zonas rurais e as intoxicações com pesticidas”, adianta.

João Pinheiro refere que, ao contrário do que se possa pensar, os medicamentos não são um método usual. Só foram registados nove casos, contra 60 de pesticidas. Destaca também o “número impressionante” de enforcamentos, que ultrapassa os 400, e que predominam nos meios rurais, com as chamadas lesões traumáticas, como as quedas de zonas altas, a serem mais frequentes em meios urbanos. Depois dos enforcamentos, as armas de fogo foram o método mais utilizado, seguidas pelo afogamento, pesticidas e precipitação (quedas).

Elvenses apoiam refugiados com 860 euros

Pedro Trindade Sena, in "Linhas de Elvas"

O Cine-Teatro de Elvas acolheu na noite de domingo, 25 de Outubro, a iniciativa "Portugal Solidário", cujo objectivo visou gerar receitas de bilheteira que vão ser doadas na íntegra a duas associações portuguesas de apoio aos refugiados. Os elvenses conseguiram angariar 860 euros, verba da bilheteira que reverte para a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e para o Conselho Português para os Refugiados (CPR), cuja missão visa ajudar a integração dos refugiados no território nacional. A noite iniciou-se com a presença em palco da fadista Mísia, seguindo-se alunos e professores da Academia de Música de Elvas e, ainda, os contributos do contrabaixista Carlos Barreto e António Eustáquio no guitolão.

Na abertura do espectáculo musical e social, a irmã Maria de Fátima Magalhães sublinhou a importância deste evento que se realizou, a nível nacional e em simultâneo, em dez localidades de norte a sul do País e nos arquipélagos. "É necessário que cada um de nós abra disponibilizou a acolher uma família de quatro pessoas com o apoio da Câmara Municipal de Elvas. "A Autarquia cedeu gratuitamente uma habitação T2, que estava completamente vazia e até destruída e, por isso, estamos a organizar tudo para que a casa fique pronta para a chegada da família de refugiados", explicou, adiantando que "o recheio da casa" já foi conseguido com a ajuda "de muita gente anónima desta cidade que é solidária".

A irmã teresiana revelou que também a Associação Humanitária de Santa Eulália se dispôs a acolher uma família de quatro pessoas. o seu coração ao irmão refugiado. São simplesmente refugiados que vêm ter connosco, pedir apoio e fugir da morte", frisou. No seu discurso, Maria de Fátima Magalhães acrescentou ainda que a Congregação das Irmãs Teresianas se "Aqui a casa já está repleta, os refugiados podem vir amanhã e foi cedida por uma pessoa que vive em Lisboa e que, em tempos antigos, os seus familiares vieram da Alemanha também como refugiados", precisou.

Ao longo do espectáculo os artistas foram deixando mensagens sobre os refugiados sírios, tendo Luís Zagalo, da Academia de Música de Elvas, questionado como é que "em 40 mil anos da existência da nossa espécie ainda não há uma resposta de uma qualquer entidade ou organismo que trave de imediato realidades como a que se está a assistir na Síria"

Canibalismo forçado e outros actos de “extrema crueldade” no Sudão do Sul

in Público on-line

Relatório perturbador esteve “congelado” um ano. Investigadores consideram que há motivos razoáveis” para acreditar que ambos os campos cometeram crimes e violaram direitos humanos.

Canibalismo forçado e tortura são algumas das atrocidades cometidas contra civis na guerra civil do Sudão do Sul, revela um perturbador relatório divulgado pela União Africana (UA).

Os abusos foram ao ponto de membros de uma comunidade terem sido forçados a “beber o sangue e a comer a carne humana queimada” de membros da sua etnia abatidos.

A União Africana quer o julgamento dos responsáveis por um tribunal de justiça africano independente.

Violações e mutilações são outros actos de “extrema crueldade” cometidos na guerra iniciada em Dezembro de 2013 e documentados por uma comissão de inquérito liderada pelo antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo.

A comissão considera que há “motivos razoáveis” para acreditar que ambos os campos em conflito cometeram crimes e violaram direitos humanos. Mas apesar da “aparente natureza étnica do conflito” – em que se confrontam as etnias dinka e neur – os investigadores da UA não encontram motivos para pensar que tenha sido cometido genocídio.

As Nações Unidas já acusaram o Governo e os combatentes rebeldes de “crimes contra a humanidade”.

A guerra, que começou menos de dois anos e meio após a independência, em Julho de 2011, já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas e a deslocação de mais de dois milhões. Há receios de fome em larga escala.

“A maior parte das atrocidades foram cometidas contra populações civis que não participaram directamente nas hostilidades. Lugares de oração e hospitais foram atacados, a ajuda humanitária travada, as cidades pilhadas e destruídas”, indica o relatório.

Foram encontradas valas comuns em Juba, a capital, Bor, principal cidade do estado de Jonglei, e Malakal, Alto Nilo. Muitas outras que provavelmente existem na capital não foram visitadas pelos investigadores.

Os dados agora divulgados foram recolhidos em 2014 e o relatório foi enviado à UA em Outubro desse ano. O atraso na divulgação deve-se ao facto de o conteúdo ter sido objecto de negociações durante o último ano, noticiou a AFP. Obasanjo manifestou em Janeiro de 2015 desagrado pela tentativa de abafar os resultados da investigação, acrescenta a agência.

Os investigadores da União Africana contestam a versão governamental de que a guerra começou depois de uma tentativa de golpe do então vice-Presidente, Riek Machar, contra o Presidente, Salva Kiir. “As provas não apontam para golpe.”

O conflito, afirmam, teve início com uma escaramuça entre membros da guarda presidencial, na sequência de uma alegada ordem para desarmar os seus elementos de etnia neur. Evoluiu depois para uma matança, organizada pelo Governo, de civis e soldados nuer.

Kiir pertence à etnia dinka, Machar é neur.

Numa versão preliminar do relatório, consultada em Março pela AFP, a comissão de inquérito pedia que os dois líderes fossem excluídos do poder durante um período transitório. Mas essa recomendação não consta da versão final, embora seja publicada em anexo como “opinião separada” de um dos membros do grupo de investigadores, o ugandês Mahmood Mamdani.

Apesar de ter sido assinado um acordo em Agosto, os combates continuam em algumas zonas, com ambas as partes a acusarem-se de violarem os compromissos.

Um comunicado conjunto divulgado há duas semanas por três organizações da ONU – Unicef, para a infância; FAO, para a alimentação; e Programa Alimentar Mundial – indica que 30 mil pessoas estão em risco de morrer de fome nas regiões do Sudão do Sul mais atingidas pela guerra e dezenas de milhares de outras estão à beira da fome.

"Sem um acesso sem restrições a ajuda humanitária, a insegurança alimentar pode agravar-se e transformar-se em fome em algumas partes do estado de Unidade", diz também o comunicado.

Em Portugal, não se faz outra coisa

Lucy Pepper, in o Observador

Limitar uma pessoa a um conjunto pequeno de competências durante uma vida inteira é entorpecer essa pessoa. Mas em Portugal, o ideal é esse: cada um só pode fazer aquilo para que estudou na escola.

A minha filha mais nova começou o 9º ano no mês passado. No fim deste ano letivo, terá de escolher a área de estudos (ciências, economia, humanidades ou artes) que vai seguir no 10º ano. A miúda já anda stressada com essa decisão, e entende-se.

Sempre me pareceu cruel obrigar crianças a ter de decidir o seu futuro tão cedo. Talvez convenha à gestão do sistema de educação, mas nem por isso deixar de ser uma imposição desumana sobre os mais pequenos. Eu tive de começar a tomar decisões sobre a minha educação com 12 anos. Com 12 anos era uma idiota. Quem quer dar esse tipo de responsabilidade a um idiota, embora essa responsabilidade diga respeito à sua própria vida?

Em Portugal, a pressão é ainda maior, porque aqui a mentalidade dominante é “se estudares para uma certa profissão, é essa a única profissão que podes exercer”. Por isso, optar por uma determinada área de estudos com 14 anos condena a criança a seguir essa área para sempre, para além do ensino superior.

Tem um diploma de arquitecto, tem de ser arquitecto. Tem um diploma de enfermeiro, vai ser enfermeiro. Tem um diploma de cozinheiro… etc., etc., etc. Nem pense em mudar de ideias. Está tudo decidido.

Ouvimos muitas pessoas queixarem-se de que não conseguem encontrar emprego na sua área de estudos, especialmente durantes estes dias de crise. Sim, custa decidir numa idade cruelmente jovem o que se quer fazer durante o resto da vida – apenas para descobrir depois que, afinal, não há nenhum emprego à espera. Lá vai ser preciso sair do país, ou optar por fazer estágios não pagos durante anos, ou então “fazer outra coisa”.

É “fazer outra coisa” que é um grande problema em Portugal. “Fazer outra coisa” não é uma opção aceitável e por isso pessoas de todas as idades preferem sair do país, levando os seus talentos e as suas capacidades, apenas porque seria impensável “fazer outra coisa” durante algum tempo.

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“Fazer outra coisa” é, estranhamente, anátema em Portugal. Estranho por que de tantas outras maneiras, Portugal é um país de desenrascanço e de pragmatismo. Mas “fazer outra coisa” cai em duas categorias complicadas. Por um lado, ninguém acha digno que quem tem certas habilitações tenha um emprego que não corresponda exactamente a essas habilitações; por outro lado, os portugueses acreditam que uma pessoa não pode saber fazer uma coisa sem, antes, ter tirado a respectiva licenciatura, mestrado e doutoramento. Isto é tão assim, que as poucas pessoas que conheço que, ao perceberem que não podiam progredir na carreira que tinham escolhido, ousaram “fazer outra coisa”, acabaram todas por ser desprezadas pelos seus antigos amigos de profissão, que acharam uma baixeza alguém “fazer outra coisa”. Em Portugal, é ainda raro que alguém trabalhe num bar enquanto estuda na universidade, como acontece em tantos outros países do mundo.

Isto é um disparate, por duas razões. Em primeiro lugar, porque não há nada mais digno do que fazer tudo o que é necessário para ganhar a vida. Em segundo lugar, porque qualquer pessoa pode aprender a fazer qualquer coisa enquanto trabalha. Limitar uma pessoa a um conjunto pequeno de competências durante uma vida inteira é entorpecer essa pessoa. Muito mais interessantes são as pessoas que já fizeram várias coisas ao longo da vida, que trabalharam num supermercado, e a seguir na NASA. Se eu tivesse algum dia de contratar empregados, contratava um autodidacta polímata, em vez de alguém que nunca deixou a sua zona de conforto. Afinal, porque desconfiamos nós dos políticos profissionais que nunca fizeram nada na vida senão politicar? Porque não têm experiência da vida ou, mais importante, das vidas dos outros. E porque é que seria diferente para os outros trabalhadores?

A par da falta de mobilidade social (veja a crónica anterior), há uma similar falta de mobilidade no mercado de trabalho em Portugal. Nestes dias perigosos que estamos a viver em Portugal, dias que ameaçam ficar cada vez mais perigosos, seja qual for o resultado da actual crise política, não devíamos pensar em nos tornarmos mais flexíveis dentro do país, a fim de evitar que mais pessoas tivessem de sair?

(Traduzido do original inglês pela autora)

28.10.15

SEF sem acesso aos campos de refugiados em Itália

Mónica Silvares, in Económico on-line

Os mecanismos europeus estão prontos e funcionam, o problema reside nos governos que não têm actuado de modo uniforme, dizem os especialistas. Falta liderança política no processo de acolhimento dos refugiados.
SEF sem acesso aos campos de refugiados em Itália

Portugal está disponível desde Setembro para acolher refugiados. Mas as semanas passam e não há novidades. Porquê? “Simplesmente porque a Comissão Europeia e a Itália ainda não enviaram o primeiro grupo”, explica o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, António Beça Pereira. O problema não reside na ineficiência das instituições europeias, mas nos próprios Estados-membro e isso explica que em toda a Europa apenas tenham sido colocados 82 refugiados. Por exemplo, “Itália não tem permitido o acesso dos oficiais de ligação aos campos onde se encontram os refugiados, nomeadamente do SEF”, reconhece Beça Pereira, no programa Europa.28 do Etv, que pode ver hoje às 14h05.

A identificação dos refugiados está a ser feita pelas agências europeias e só quando o processo estiver terminado será possível recolocá-los nos países de acolhimento. Em cada país de trânsito há oficiais de ligação que asseguram a chegada tranquila das famílias ao seu destino final. No caso português, há dois inspectores do SEF, um na Grécia outro em Itália. Contudo, em Itália o acesso aos campos é vedado. “Era desejável que os oficiais de ligação tivessem esse acesso, até porque não são assim tantos”, diz Beça Pereira, embora reconheça como válido o argumento de se restringir o acesso de pessoas estranhas aos campos.

O primeiro contingente a chegar ao nosso país deverá ter cerca de 100 pessoas, sobretudo, eritreus, sírios e iraquianos, confirmou o alto-comissário das migrações, Pedro Calado. Nos corredores em Bruxelas, esta semana, chegou a admitir-se que Portugal venha a receber 130, mas não há qualquer confirmação oficial deste valor, disse Beça Pereira. No terreno está tudo a postos para receber imediatamente três mil pessoas, mas a ideia de começar com um grupo mais pequeno é também testar a resposta no terreno. “À data de hoje diria que temos capacidade para três mil pessoas”, diz Pedro Calado. O mapeamento da resposta no terreno foi concluído a semana passada, com um levantamento nacional das entidades públicas e civis do que podem ser protocolos de acolhimento dos refugiados e há já 63 câmaras em todo o país dispostas a colaborar.

Perante a espera interminável, Rui Marques, o responsável pela Plataforma de Apoio aos Refugiados, lança uma provocação: “Se nada acontecer é tempo de Portugal estabelecer um canal bilateral, por exemplo com a Grécia, para poder acolher refugiados registados”. Considerando que o cenário se está a tornar “explosivo”, Rui Marques frisou que é “preciso desbloquear a situação”. “Precisamos dar passos disruptivos e fora da caixa. Não podemos ficar eternamente paralisados por uma Europa que não funciona”, frisa. Beça Pereira não acata a sugestão e lembra que “a resposta tem de ser sempre europeia e no âmbito das instituições”. Contudo, Beça Pereira reconhece que seria lamentável se, no final de Novembro, Portugal ainda não tiver recebido o primeiro grupo de refugiados.

“A Europa não estava preparada para esta tragédia, não tinha mecanismos de resposta e não estava preparada para isto”, defendeu por seu turno o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, António Martins da Cruz. “E quando os encontrou, ao fim de alguns meses, é incapaz de implementá-los”, não por falta de meios, mas porque “não há vontade política” já que vieram ao de cima “os nacionalismos e uma desresponsabilização de uns países em relação aos outros”.

Em mais uma tentativa para desbloquear a situação, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, prometeu ontem que os países envolvidos na luta contra a crise dos refugiados terão margem de manobra “acrescida” na avaliação do cumprimento da meta de 3% de défice estabelecida pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. “O PEC passa para segundo plano no momento de responder à crise”, disse Juncker no Parlamento Europeu.

Médicos do Mundo alerta para dificuldades da população idosa

in Médicos do Mundo

Abandono, solidão, isolamento e privação material combinados com escassos recursos financeiros e humanos colocam Portugal na tabela dos países europeus com os piores índices no apoio aos idosos. Aproveitando o Dia Internacional da Terceira Idade, a 28 de Outubro, a Médicos do Mundo (MdM) volta a alertar para as dificuldades desta população.

Atenta às questões que afectam a população idosa, a MdM tem desenvolvido ao longo dos anos diversas actividades junto da população idosa, através de projectos nas áreas dos cuidados de saúde e do envelhecimento activo. Actualmente encontra-se a decorrer o projecto "Viver Saudável" que presta Apoio Domiciliário (SAD) gratuito, no âmbito de um acordo com a Segurança Social.

Desde o seu início, este serviço já apoiou 128 idosos em termos de higiene pessoal, tratamento de roupa e da casa, actividades de socialização, atendimento de enfermagem, social e médico, para além do apoio do Grupo de Voluntariado Sénior (GVS) com visitas e contactos telefónicos regulares. O SAD, que presta também apoio indirecto a cuidadores e familiares, abrange hoje, mensalmente, 25 idosos. Desde Janeiro deste ano já foram apoiados 31 idosos.

Através do "Viver Saudável" a MdM assinalou o Dia Internacional do Idoso, no passado dia 1 de Outubro, com uma acção conjunta da equipa MdM e do GVS. Foram realizadas visitas a todos os 25 beneficiários do SAD e entregue um postal alusivo ao dia, uma flor e uma embalagem de rebuçados. No final da tarde a equipa organizou um lanche convívio para os idosos autónomos que participaram nas actividades deste dia.

Um em cada três enfermeiros licenciados em 2013 foi para o Reino Unido

in SicNotícias

Cerca de um terço dos enfermeiros portugueses licenciados em 2013 foi trabalhar para o Reino Unido, atualmente o principal país de destino dos emigrantes nacionais, revela o Relatório da Emigração 2014, hoje divulgado pelo Governo.
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De acordo com o documento elaborado pelo segundo ano consecutivo pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, no ano passado um total de 30.544 portugueses foram viver para o Reino Unido, mantendo-se a tendência de crescimento dos últimos cinco anos.

O fluxo migratório para o Reino Unido tem "características novas", sendo o país de destino em que "é maior a proporção de portugueses qualificados", lê-se no relatório.

Os enfermeiros constituem um caso particular: Portugal forma entre 3.000 a 3.500 enfermeiros por ano, segundo a Ordem dos Enfermeiros, e "cerca de um terço deste número, 1.211 enfermeiros portugueses, começou a trabalhar em 2013 no Reino Unido, segundo a Nursing and Midwifery Council".

De forma geral, "o emprego no Reino Unido foi obtido através de agências empregadoras que, neste país ou em Portugal, recrutam enfermeiros portugueses", acrescenta o documento do executivo.

A emigração permitiu, "na maioria dos casos, percursos de mobilidade profissional", refere o relatório: "Se antes de emigrarem metade dos inquiridos procurava o seu primeiro emprego e 16% tinha perdido o emprego, depois da emigração para o Reino Unido todos estavam empregados".

O número dos que tinham um posto especializado de trabalho mais do que duplicou com a emigração, passando de 72 para 167. Ou seja, a emigração não só permitiu o acesso ao emprego, tanto por recém-licenciados, como por profissionais desempregados, como permitiu concretizar percursos de promoção profissional", de acordo com um estudo citado pelo documento do Governo que abrangeu 349 enfermeiros portugueses.

O mesmo estudo revela ainda que mais de metade dos inquiridos não pretende regressar a Portugal antes da reforma, posição inversa à intenção de regresso ao país de origem no curto-médio prazo expressa por uma grande percentagem de imigrantes, no contexto das migrações internacionais.

Lusa

Local de trabalho pode causar problemas psicossociais e pessoas difíceis são principal motivo

in iOnline

Os locais de trabalho podem estar na origem de distúrbios psicossociais, sendo que dois terços das empresas portuguesas apresentam esse risco, em consequência principalmente de os funcionários terem de “lidar com pessoas difíceis”, revela um estudo europeu hoje apresentado.

As conclusões constam do Segundo Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER-2), da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, apresentado hoje em Lisboa durante um workshop dedicado “Às condições de trabalho e a qualidade de vida no quotidiano: o contributo da Segurança e Saúde Ocupacional”.

As conclusões deste trabalho – que recolheu respostas de cerca de 50 mil locais de trabalho em 36 países, incluindo todos os 28 Estados-Membros da União Europeia – sugerem que os locais de trabalho podem estar na origem de problemas psicossociais, sendo os clientes difíceis a principal preocupação das empresas portuguesas, e de doenças músculo-esqueléticas.

“Lidar com pessoas difíceis, sejam clientes, pacientes ou alunos é o factor de risco mais recorrente em 58% das organizações na UE, especialmente no sector dos serviços”, percentagem que aumenta para 66% no caso de Portugal, refere o estudo.

Segundo o inquérito, outro fator de risco psicossocial relaciona-se com a “pressão relativamente a prazos a cumprir (40% das empresas portuguesas e 41% da EU-28)”.

Além disso, os factores de risco psicossocial são “mais difíceis de gerir, como ficou patente na falta de informação ou de ferramentas preventivas adequadas para lhes fazer face de forma eficaz”.

No que se refere a perturbações músculo-esqueléticas, devido a posições cansativas e dolorosas, movimentos repetitivos das mãos ou braços, estas são frequentemente reportadas em todos os sectores de actividade.

Portugal recebe 45 refugiados na próxima semana

in Público on-line

Grupo está no Egipto e deveria ter chegado a Portugal em Setembro. Maior parte das pessoas são da Síria.

A Comissão Europeia prometeu mais 100 mil lugares para refugiados AFP

A chegada dos “refugiados vindos do Egipto decorre no âmbito de um processo diferente, denominado de reinstalação e constitui a quota que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) atribuiu a Portugal em 2014, não tendo qualquer relação com o processo de recolocação dos 4500 requerentes de protecção internacional, conforme decisão da União Europeia”, explica o comunicado do SEF, citado pela Lusa.

O SEF adianta que os 45 refugiados deviam ter chegado a Portugal em Setembro, mas “uma situação burocrática no Egipto” impediu a saída do grupo do campo de refugiados do Cairo, tendo aquele serviço de segurança recebido indicação do ACNUR que “a situação está ultrapassada e será expectável” que cheguem ao país no início de Novembro. Segundo o SEF, a maioria dos 45 refugiados são da Síria, existindo também cidadãos da Eritreia e Sudão, encontrando-se no Cairo já há algum tempo, sob mandado do ACNUR, e chegam a Portugal com o estatuto de refugiados reinstalados.

Os 45 refugiados são maioritariamente famílias com crianças pequenas e vão ficar instalados em Penela e na área de Lisboa, refere aquele serviço de segurança, sublinhando que a reinstalação está a ser preparada com a cooperação das Organizações Não Governamentais (ONG), como Conselho Português para os Refugiados, Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional. Em Penela, vão ficar a morar em apartamentos autónomos cinco famílias, num total de 21 pessoas.

Sobre os 4500 refugiados definidos pela Comissão Europeia, o SEF refere que a calendarização da chegada do primeiro grupo está dependente das entidades que organizam e processam os pedidos de protecção internacional, em Itália e na Grécia, de modo a serem posteriormente recolocados pelos Estados-membros, incluindo em Portugal.

A confirmação da chegada destas pessoas surge no mesmo dia em que o Conselho Português para os Refugiados voltou a lamentar “a lentidão com que está a ser conduzido o processo” de acolhimento de migrantes, considerando que mais importante do que enviar tropas para as fronteiras seria reforçar os instrumentos de protecção. "Estamos a acompanhar com preocupação, porque a lentidão com que está a ser conduzido o processo é confrangedora", disse à Lusa a presidente daquele organismo, Teresa Tito de Morais.

A responsável reclamou “acções rápidas” dos líderes europeus, frisando que ainda não foi distribuído o primeiro grupo de refugiados: “Temo que não se concretize rapidamente esta necessidade urgente de as pessoas serem acolhidas”. Teresa Tito de Morais falava depois do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ter anunciado que um total de 400 guardas fronteiriços vai ser enviado para a fronteira da Eslovénia com a Croácia para ajudar a gerir o afluxo de refugiados na região dos Balcãs. Os líderes europeus comprometeram-se também a reforçar a capacidade de acolhimento de refugiados, com a criação de mais 100 mil lugares, dos quais metade na Grécia.

“Em vez de serem reforçados os mecanismos de controlo das fronteiras externas, era preciso reforçar os instrumentos locais de acolhimento”, contrapôs a responsável pelo Conselho Português para os Refugiados. “Ainda mais preocupante, face à lentidão da tomada de medidas, é termos conhecimento do agravamento das condições climatéricas e do que isso significa para a vida das pessoas”, acrescentou.

Também o representante da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Rui Marques, defendeu a "necessidade urgente de se passar à acção". "Creio que é sempre positivo sinalizar o aumento da capacidade formal de acolhimento e poder haver consenso na União Europeia e em particular num conjunto de países onde é muito difícil o trabalho, mas continuo a sublinhar que, mais do que declarações, é preciso acções", salientou.

No entender do representante da PAR, os líderes da União Europeia "não podem continuar sucessivamente a fazer acordos e nada acontecer no terreno". "Desde há mais de um mês que aconteceu o Conselho Europeu em que foi possível fazer o acordo para a recolocação de 160 mil refugiados e, soube-se há poucos dias, que só foram recolocados 86 refugiados", frisou.

Um incentivo ao primeiro emprego

Melissa Lopes, in iOnline

Unir alunos, empresas e instituições de ensino superior foi um dos objectivos traçados pelo banco para lançar o programa de bolsas MANUEL V

O Banco Santander Totta criou um programa de 1500 bolsas de estágio com o objectivo de facilitar a entrada de jovens no mercado de trabalho.

Terminar um curso é um passo importante, mas a etapa seguinte – entrar no mercado de trabalho – é crucial no percurso de qualquer recém-licenciado. Arranjar um emprego, porém, não acontece de um dia para o outro e está longe de ser um caminho fácil. Para facilitar o primeiro contacto com este novo mundo, o Banco Santander Totta tem desde o ano passado um programa de estágios para licenciados ou mestres que se vai prolongar até 2017 e tem como finalidade unir alunos, empresas e instituições de ensino superior.

Sem limite de idade e sem exigir que se seja cliente do banco para se candidatar, os subsídios têm duração de três meses e consistem numa mensalidade de 550 euros, quantia financiada pelo banco, que no total investiu 2,5 milhões de euros. Para usufruir deste programa há apenas um requisito: ser finalista ou recém-licenciado em qualquer área. A inscrição é feita no portal bolsasdeestagiosantander.pt, onde estão disponíveis as vagas das empresas que já colaboram com o banco.

O próprio aluno pode propor a uma empresa que entre no programa. Aliás, é essa a proactividade que se pretende fomentar junto da população estudantil. Feita a inscrição na plataforma, segue-se o processo normal de selecção, como acontece também nas empresas. São as empregadoras que escolhem os candidatos através de entrevistas e avaliação dos currículos dos candidatos à vaga disponível. De acordo com o banco, uma grande parte dos bolseiros acaba por ficar na empresa depois de terminar o estágio, cerca de 40%.

Foi o que aconteceu com Inês Borosa, licenciada em Economia pela Faculdade de Economia do Porto. Quebrada a “incógnita” inicial, a bolsa do Santander permitiu que enriquecesse pessoal e profissionalmente: “Aprendi bastante sobre a minha área, que com a teoria de um curso superior não se aprende”, conta. E o melhor viria depois. Passados os três meses de estágio, ficou a trabalhar na empresa (SMIC): “Foi muito importante para iniciar a vida profissional.”

PREPARAÇÃO Causar boa impressão na entrevista e ter um currículo feito à medida da empresa que escolhemos requer alguma dedicação e saber como fazer. Esta também é uma preocupação do Santander. Para ajudar quem está prestes a deixar a faculdade, o banco criou o U2Work, um projecto que pretende disponibilizar as “ferramentas certas” para a inserção no mercado de trabalho. Através de conferências realizadas nas universidades, o U2Work quer motivar os estudantes para as questões mais determinantes para quem quer arranjar um primeiro emprego.

Funcionando como um curso intensivo de preparação, o U2Work estende-se ao longo de dois dias. Durante esse tempo, faz-se uma análise às diversas alternativas para cada curso e tira-se uma radiografia às empresas do país. A procura de emprego, a melhor forma de começar uma carreira e o processo de recrutamento são outros temas em evidência. Os estudantes participam ainda em workshops, onde cada aluno tem um acompanhamento mais personalizado e onde são abordadas todas as fases de um processo de selecção, incluindo a elaboração de currículos e cartas de apresentação, dinâmicas de grupo e simulação de entrevistas de emprego.

Formação profissional garantida para refugiados - Sociedade

in TSF

O grupo de recursos humanos RHmais assinou um protocolo com o Conselho Português para os Refugiados. O objetivo é promover a integração laboral dos refugiados que vão chegar a Portugal. PUBAssinatura do protocolo da RHmais com o CPRDR/RHmaisJoana Carvalho ReisFacebookTwitterImprimirPartilharComentar Para já não se sabe quem vem, com que tipo de experiência ou formação, mas Rui Henriques, administrador-delegado da RHmais, está confiante que não vai ser difícil arranjar emprego para os refugiados que vão chegar a Portugal. O grupo de recursos humanos assinou um protocolo com o Conselho Português para os Refugiados com o objetivo de promover a integração dos refugiados que vão chegar a Portugal. Não só em termos de formação, mas também na colocação de profissionais. Rui Henriques explica a missão da RHmais À TSF, Rui Henriques explica que o processo deve começar no Conselho Português de Refugiados, que vai fazer a triagem de competências e formação de quem chega. Depois, entra em ação a RHmais, que vai avaliar os processos e fazer a ligação entre oferta e procura. O responsável não tem dúvida que os refugiados podem ter um papel ativo e importante na sociedade portuguesa, especialmente se o modelo de integração adotado passar por todo o território nacional. O responsável acredita que há emprego em Portugal Quanto às áreas com mais necessidades, Rui Henriques diz que o sector agrícola tem urgência de mão-de-obra, mas também o setor têxtil, por exemplo, precisa de costureiras. Nestes casos, podem garantir empregos no imediato. Rui Henriques assegura que há áreas profissionais que tem falta de mão-de-obra E não se tratam só de áreas com formação reduzida. O responsável assegura que alguém com experiência informática tem praticamente emprego garantido e são também necessários profissionais da área de contabilidade e finanças. Aqui, depende do domínio da língua inglesa. Newsletter Subscreva Agora Enviar

Violência doméstica. 40 mulheres morreram este ano

in Expresso on-line

Total divulgado pela GNR supera as médias registadas em 2013 e 2014 A GNR anunciou esta terça-feira que, este ano, já morreram 40 mulheres portuguesas por violência doméstica, valor que supera as médias registadas em 2013 e 2014, no Relatório Anual da Segurança Interna. O comunicado do Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) do comando territorial de Lisboa da GNR refere que, segundo dados oficiais, durante este ano, "já morreram às mãos de parceiros ou familiares próximos, 40 mulheres portuguesas, provocando a existência de 122 crianças órfãs". No ano passado, e de acordo com a então secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade Teresa Morais, tinham sido assassinadas 32 mulheres, em contexto familiar, até final de novembro. Números do observatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), divulgados no final do ano passado, referiam a morte de 40 mulheres em 2014, a maioria às mãos de atuais ou ex-companheiros, apontando ainda que 46 conseguiram escapar a tentativas de homicídio. Os números da UMAR resultam do tratamento de dados, recolhidos através dos casos de violência doméstica, noticiados na imprensa. Em 2013, os dados do Relatório Anual da Segurança Interna apontavam para 40 homicídios conjugais, dos quais 30 eram mulheres. Segundo sublinha a GNR, o Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) tem-se dedicado a investigar processos relacionados com violência doméstica e maus-tratos e, nesse âmbito, realizou, desde o início do ano, 27 operações de busca, apreendendo 42 armas de fogo e 1.480 munições. Além disso, realizou 27 detenções, que culminaram com a aplicação a estes suspeitos da medida de coação de prisão preventiva, e a retirada de 15 menores vítimas de maus-tratos por parte de familiares.

Crianças são as mais afetadas por crise econômica na Europa

in Globo.com

26 milhões de crianças e jovens estão ameaçadas pela pobreza e exclusão
Jovens de 20 a 24 anos sem emprego e estudo estão em 25 de 28 Estados

Depois de anos de crise econômica, cerca de 26 milhões de crianças e jovens na Europa estão ameaçadas pela pobreza ou exclusão social, de acordo com um estudo da Fundação Bertelsmann, que deu à Grécia as piores marcas em toda a União Europeia.

O Índice de Justiça Social da Bertelmann, uma pesquisa anual sobre as condições sociais do bloco de 28 membros, encontrou um fosso entre o norte e o sul, e entre jovens e idosos.

Na Espanha, Grécia, Itália e Portugal, o número de crianças e jovens que estão em situação de risco por causa de sua condição econômica aumentou desde 2007 em 1,2 milhão, passando a 7,6 milhões, segundo o estudo.

Além disso, desde 2008 o número de cidadãos da UE entre 20 e 24 anos que não estão nem empregados nem estudando ou em treinamento subiu em 25 dos 28 Estados. A Alemanha e a Suécia são os únicos países onde as perspectivas para essa faixa etária têm melhorado.

Na Itália, 32% das pessoas na casa dos 20 anos se enquadram nessa categoria, enquanto na Espanha constituem 24,8%.

"Não podemos nos dar ao luxo de perder uma geração na Europa, seja social ou economicamente", disse Aart De Geus, presidente do conselho executivo da Bertelsmann. "A UE e os seus Estados membros têm de fazer esforços especiais para melhorar de forma sustentável as oportunidades para as pessoas mais jovens."

Por outro lado, o estudo descobriu uma redução no número de pessoas com 65 anos ou mais sob risco de pobreza porque os rendimentos e benefícios da aposentadoria não caíram tão fortemente como os dos cidadãos mais jovens.

Bertelsmann disse que três tendências gerais europeias exacerbaram esse abismo entre jovens e velhos: a dívida pública crescente, estagnação do investimento em educação e pesquisa, e aumento da pressão sobre a viabilidade financeira dos sistemas de previdência social.

Suécia, Dinamarca, Finlândia, Países Baixos e República Checa ficaram no topo do ranking de justiça social, enquanto a Grécia, Romênia, Bulgária, Itália e Espanha estavam na parte inferior.

63 casos de exploração laboral de portugueses no estrangeiro entre 2012 e 2014

in iOnline

As autoridades nacionais registaram, entre 2012 e 2014, 63 casos de exploração laboral de portugueses no estrangeiro, de acordo com o Relatório da Emigração 2014 hoje divulgado pelo Governo.

Pagamentos em atraso, salários baixos, falta de apoio das empresas e incumprimentos contratuais são as principais situações reportadas pelos trabalhadores lesados à Direcção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas e aos postos consulares ou pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

A França lidera o número de queixas (16), seguindo-se a Alemanha e Angola (7, cada um), Reino Unido e Países Baixos (6, cada um), Dinamarca (3), Suíça, Guiana Francesa, Brasil, Moçambique e República Democrática do Congo (2), e Espanha, Finlândia, Quénia, Costa do Marfim, Japão e Koweit (1).

Nos casos de incumprimento contratual, o trabalhador é informado sobre a natureza e características da relação laboral, dos meios que tem ao seu alcance para promover a sua resolução e do apoio que lhe pode ser prestado pela rede consular portuguesa com jurisdição na localidade em que exerce a sua actividade profissional, explica o relatório.

Quanto às situações de exploração laboral, estas são encaminhadas aos postos ou secções consulares competentes para analisarem e prestarem o apoio necessário e possível, ao IEFP ou à ACT para realizar a devida fiscalização/inspecção e contactar com as suas congéneres estrangeiras.

O relatório hoje conhecido mostra ainda que, no ano passado, o Gabinete de Emergência Consular deu resposta a 113 ocorrências, menos 74 por cento que em 2013. No total, os serviços receberam quase 11 mil chamadas telefónicas (menos 17% que em 2013) e mais de 7.500 mensagens de correio electrónico (menos 30% que em 2013).

As mortes lideraram os casos (25) acompanhados pelas autoridades portuguesas, registando-se ainda situações de detidos ou retidos (12), acidentes de viação (12), raptos ou desaparecidos (sete) e catástrofes naturais, epidemias ou surtos (sete). A Venezuela foi o país com mais ocorrências (13), seguindo-se Moçambique (11) e a Líbia (sete), além de Egipto, Rússia, Espanha e Ucrânia (cinco, respectivamente).

Lusa

Pobreza aumentou entre jovens portugueses - estudo

in Económico on-line

“A situação social, especialmente para os jovens portugueses, continua a ser desfavorável”, segundo um estudo da Fundação Bertelsmann.

O índice anual sobre Justiça Social elaborado pela Fundação Bertelsmann coloca Portugal na 20.ª posição entre os 28 Estados-membros da União Europeia, com uma classificação geral de 4,98 pontos em 10 possíveis, destacando a situação desfavorável dos jovens.

Comparativamente ao índice de 2014 da Fundação Bertelsmann, que investiga anualmente o desenvolvimento das oportunidades de participação social em todos os 28 países-membros da UE, Portugal regista um ligeiro recuo de 0,14 pontos (de 5,06 para 4,98), mantendo a 20.ª posição da tabela, que é encabeçada pela Suécia (7,23 pontos) e termina com Grécia (3,61).

De acordo com o documento hoje divulgado, “a situação social, especialmente para os jovens portugueses, continua a ser desfavorável”, já que, “embora o desemprego entre jovens tenha baixado ligeiramente em relação ao ano passado, para 34,8% (23.º lugar), este valor é ainda duas vezes superior ao registado no ano de 2007”.

“Além disso, nota-se também em Portugal a tendência de uma crescente discrepância entre os jovens e os idosos. Enquanto a percentagem de crianças e jovens ameaçadas pela pobreza e pela marginalização social tem aumentado desde 2007 (26,9%; 2013: 31,7%), a respetiva percentagem entre as pessoas idosas sofreu uma redução de 10% no mesmo período, sendo agora de 20,3%”, aponta o relatório.

Além disso, acrescenta a Fundação na sua análise, “há necessidade de agir na área da educação”, na qual Portugal ocupa o 26.º e penúltimo lugar da tabela, sendo uma das principais causas deste resultado a alta percentagem de abandono escolar entre os jovens.

“Embora tivesse sido possível reduzir para metade os jovens que abandonam o ensino escolar desde 2008, 17,4% dos jovens entre 18 e 24 anos continuam sem conclusão do ensino escolar ou formação profissional. Neste contexto, o que mais preocupa é o corte das verbas financeiras do Governo para o setor de educação”, aponta o documento.

Como nota positiva em Portugal, o relatório aponta a “política relativamente bem sucedida” do país a nível da protecção do meio ambiente, indicando que “a quota de energias renováveis no consumo geral de energia, por exemplo, aumentou de 21,9% para 25,7% entre 2007 e 2013, o que foi acompanhado por uma significante redução das emissões de gases com efeito de estufa entre 2007 e 2012”.

A nível geral, a Fundação Bertelsmann sublinha que “as crianças e os jovens são os maiores perdedores da crise económica e do endividamento público na Europa”.
“Na União Europeia, cerca de 26 milhões de crianças e jovens estão ameaçados pela pobreza e pela exclusão social. Isto corresponde a 27,9% de todos que integram a faixa etária inferior aos 18 anos. Outros 5,4 milhões de jovens apresentam más perspetivas de futuro por não terem emprego nem acesso ao sistema de formação. O abismo social na Europa separa sobretudo norte e sul e jovens e idosos”, sintetiza o relatório anual.