in Agência Ecclesia
A pobreza e a fome são “uma ofensa à dignidade humana”, denunciou a Santa Sé nas Nações Unidas.
O Arcebispo Celestino Migliore, observador permanente na ONU, interveio na 62ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, durante o debate sobre o tema “Reconhecer os êxitos, enfrentar os desafios e recuperar o rumo para a conquista dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em 2015”.
No seu discurso, o representante do Papa recordou que já se está a meio do caminho desde que, no ano 2000, chefes de Estado e de Governo entraram em consenso sobre “uma série ambiciosa, mas necessária, de objectivos para o desenvolvimento global a ser alcançada em 2015”.
Se foi feito muito para conseguir estes fins, reconhece, “a extrema pobreza, a fome, o analfabetismo e a falta da mais fundamental assistência à saúde estão ainda muito espalhados e pioram mesmo em algumas regiões”.
Neste sentido, a Santa Sé considera necessária “uma maior solidariedade internacional se o objectivo é conseguir limitar o fosso crescente entre os países ricos e os pobres, e entre os indivíduos dentro dos países”.
Apesar dos progressos na redução da mortalidade infantil, denunciou, não se fez muito pela saúde das mães e para combater a SIDA, a malária e a tuberculose, sobretudo por falta de recursos e de acesso também aos serviços de saúde fundamentais.
Por isso, o Núncio assegurou que a Santa Sé, através das suas instituições, “continuará a proporcionar assistência à saúde básica, com uma opção preferencial pelos sectores mais marginalizados da sociedade”.
Recordando que 2008 marca o 60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o prelado indicou que na base tanto deste importante documento, como dos ODM, está “o objectivo de um futuro melhor para todos”.