ANA PAULA LIMA, in Jornal de Notícias
As perspectivas para o emprego e a economia na Região Norte são pessimistas. Na visão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, CCDR-N, 2009 vai ser um ano de desafios para superar a crise.
Uma das soluções propostas pela CCDR-N para se ultrapassar os efeitos dos "impactos da quebra nos mercados e da desaceleração económica" na região é o incremento do "investimento público de proximidade de base local e municipal", que se traduz pelo arranque dos "novos centros escolares, regeneração urbana de cidades e vilas e infra-estruturas de saúde". Esta medida vai gerar, segundo a comissão, "dinâmicas empresariais e laborais ao nível local, designadamente, do tecido das micro, pequenas e médias empresas".
A lista de sete iniciativas lançadas, ontem, pela comissão coordenadora da região, inclui, ainda, a urgência em "intensificar a execução física e financeira dos projectos já aprovados do Programa Operacional Regional do Norte", em que se inserem os investimentos municipais e locais, e "o aumento das dotações orçamentais para os concursos já abertos ou a abrir". A rápida execução dos "três mil milhões de investimentos do QREN já aprovados para a região", é outra das sugestões, do organismo liderado por Carlos Lage. A CCDR-N pede, ainda, ao IAPMEI, AICEP e empresas de capitais de risco uma "maior proximidade e proactividade" junto das empresas da região.
O alerta da CCDR-N surge da análise dos dados do desemprego na região (ver caixa) e da evolução negativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que caiu 2,1% no último trimestre de 2008, face a 2007, e 2% em relação aos três meses anteriores, devido à contracção do investimento e das exportações, factores que sustentam grande parte da actividade económica do Norte. Perante as estatísticas, frisa a comissão,"não se antecipa que, no curto prazo, o mercado de trabalho da região Norte possa registar uma evolução positiva". Previsão agravada com "o fluxo de notícias sobre empresas em dificuldade".