19.2.09

Linha 116000 recebe elogios vindos da UE

in Jornal de Notícias

A Comissão Europeia indicou, esta quarta-feira, Portugal como um exemplo da mais-valia do número telefónico europeu para se comunicar casos de crianças desaparecidas. E lamentou que outros estados-membros não adoptem o 116000.

Em Setembro de 2008, um cidadão belga raptou as suas três filhas menores, em Antuérpia, e trouxe-as para Portugal. Depois de ter sido comunicado à linha directa 116000, foi feito um alerta pelo Instituto de Apoio à Criança (que gere linha) e o caso abriu o noticiário de um canal televisivo, que apelou por informações sobre o paradeiro das crianças "e encerrou exibindo a toda a largura do ecrã" o referido número gratuito, destinado à comunicação de crianças desaparecidas. "Minutos depois, o caso ficou resolvido", destacou, ontem, a comissária europeia encarregue das telecomunicações, Viviane Reding.

O exemplo português, para a Comissão Europeia, é assim a prova da mais-valia trazida pelo número telefónico, criado há dois anos como linha directa comum de toda a Europa, a funcionar gratuitamente e 24 horas por dia, para se reportar casos de crianças desaparecidas. Portugal é um dos cinco países europeus que já pôs o 116000 a funcionar. Apesar de estar previsto que Bélgica e Eslováquia adiram brevemente, a Comissão Europeia esperava mais.

"Esperava uma abordagem mais ambiciosa por parte de outros estados-membros. Não há margem nem tempo para condescendências quando se trata da segurança dos nossos filhos", advertiu Vivian Reding, numa sessão de balanço dos dois anos de funcionamento do 116000.

É que, para a Comissão Europeia, a "implementação do 116000 em toda a Europa tornará as campanhas de busca e cooperação mais fáceis e eficazes". "As linhas directas poderão agir de modo mais coordenado para resolver os casos de desaparecimento de crianças transfronteiriças".