Hugo Silva, in Jornal de Notícias
Área Metropolitana Associação Empresarial continua a não dizer onde ficará a Exponor
O novo plano de expansão do Europarque, na Feira, e da respectiva envolvente implica um investimento de 460 milhões de euros e prevê a criação de 4900 empregos. A futura localização da Exponor continua a ser segredo.
"Trazer a Exponor para Santa Maria da Feira era um mau negócio para todos", sentenciou José António Barros, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), limitando-se a repetir que o equipamento ficará a Norte do rio Douro e perto do aeroporto. Actualmente, está em Matosinhos (a Norte do rio Douro e perto do aeroporto), mas também a Maia (a Norte do rio Douro e perto do aeroporto) surge como hipótese para a instalação da feira de exposições. Jorge Reis, administrador da AEP, admitiu um "namoro recíproco" com as duas câmaras.
O futuro do Europarque e da envolvente foi desvendado, ontem, em Santa Maria da Feira. Os responsáveis da AEP apresentaram um novo plano de expansão, que começou ontem mesmo a materializar-se, com o lançamento da primeira pedra do futuro parque de ciência e tecnologia. O Feira Park pretende atrair empresas ligadas ao conhecimento, à tecnologia e à inovação.
Por outro lado, dentro de aproximadamente um mês, o Visionarium vai transformar-se num centro de realidade virtual, com duas vertentes: uma mais educativa, com exposições que levarão os visitantes a viajar no interior de diferentes ambientes; outra mais empresarial, com a criação de uma unidade de produção industrial de realidade virtual. O investimento é de nove milhões.
E de concreto, por agora, nada mais. O plano de expansão do Europarque e do território circundante, que abrange terrenos de Santa Maria da Feira e de Ovar, tem um conceito, muitas hipóteses, mas será preciso encontrar investidores interessados em concretizar as intenções apresentadas. No total, são abrangidos 681 hectares (583 em Santa Maria da Feira, o restante no concelho de Ovar). Jorge Reis revelou que no prazo de nove meses estará concluído o plano geral do projecto, que conta com a parceria das autarquias cujo território é abrangido. Ficará definido, então, o que poderá ser executado em cada área. Depois, será necessário conseguir investidores. Jorge Reis salvaguardou que essa procura pode ser feita mesmo enquanto o plano geral não fica pronto.
O prazo de concretização no terreno do programa de expansão é de cinco anos. Jorge Reis acredita que será possível cumprir o desiderato.
As propostas de ocupação do território ontem apresentadas são muito variadas e passam por unidades hoteleiras, residências de repouso, um campo e uma escola de golfe, um trade mark, um centro comercial hi-tech, um centro hípico e um centro cultural, entre outros equipamentos. Exponor é que não. O antigo plano de expansão, que chegou a ser classificado como Projecto de Interesse Nacional (PIN), está definitivamente enterrado.
"As associações não devem concorrer com as empresas", referiu José António Barros, lembrando que o anterior projecto tinha uma vertente imobiliária muito elevada.
O presidente da AEP explicou, ainda, que a ampliação permitirá a instalação de um conjunto de 150 a 200 empresas. Mas "empresas modernas, amigas do ambiente". "Não falamos de chaminés, efluentes nem estações de tratamento de águas residuais", salvaguardou.