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Consulados não têm técnicos sociais para responder aos casos de pobreza entre a comunidade radicada na Venezuela
Os casos de pobreza entre a comunidade portuguesa na Venezuela aumentaram nos últimos anos, mas os consulados não têm técnicos para apoio social, alertaram hoje deputados do PSD eleitos pelo círculo da emigração Fora da Europa.
"Detectei, em vários pontos da Venezuela, nas várias instituições e pessoas com quem falei, sinais claros de que a pobreza entre a comunidade portuguesa tem aumentado e as respostas a essa pobreza não têm aumentado", disse o deputado José Cesário, que realiza uma visita de oito dias a Caracas.
"Há um problema sério, que é a dificuldade de resposta por parte dos consulados no que concerne ao acompanhamento dos casos sociais mais delicados. Os consulados-gerais de Portugal, já não têm nenhum técnico na área social e portanto esta questão tem que ser vista com grande prioridade por parte do actual governo", disse.
Segundo José Cesário "há situações realmente complexas, algumas ainda resultam da tragédia de Vargas (enxurradas que em Dezembro de 1999 fizeram milhares de mortos). Até há pouco tempo havia um técnico em exercício, em Valência, neste momento já nem isso e há questões de acompanhamento que requerem alguma especialização".
Na Venezuela existem duas circunscrições consulares, Caracas e Valência (250 quilómetros a oeste da capital).
O deputado Carlos Páscoa explicou por outro lado que ao longo da visita perceberam que "existem algumas preocupações com os problemas da pobreza".
"Quando estamos nessas festas das comunidades, vê-se o lado exuberante da comunidade, o lado que deu certo, mas às vezes esquecemo-nos um pouco de que existe um outro lado que passa por sérias dificuldades", vincou.
Carlos Páscoa é da opinião que "há uma preocupação forte das comunidades com o problema social e isso deixa-me um pouco tranquilo, porque apesar de sabermos que os portugueses que têm necessidade normalmente se afastam, se escondem, existem pessoas que vão à procura desses portugueses que estão escondidos para poder de alguma maneira contribuir para que tenham uma vida melhor".
"A nossa parcela, de contribuições, enquanto deputados é exactamente identificar isso e levar para Portugal essas preocupações, no sentido de ver o que é que podemos fazer cada vez mais para atender a essas carências que existem", disse.
Lusa