Adelino Cunha, in Jornal de Notícias
A União Europeia está a pressionar a República Checa para encontrar uma saída para a crise interna e ratificar rapidamente o novo Tratado aprovado em Lisboa com o empenho de Sócrates, Barroso e Cavaco.
O presidente do Parlamento Europeu (PE) desafiou, ontem, os estados-membros da UE a ratificarem urgentemente o Tratado de Lisboa, aprovado durante a presidância portuguesa, afirmando que a continuidade do impasse pode colocar novamente em risco a estabilidade na região dos Balcãs. "A integração dos países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) é uma garantia de segurança para a Europa, mas a UE não consegue absorver novos estados-membros sem a ratificação do Tratado de Lisboa", advertiu o alemão Hans-Gert Pottering durante um encontro com jornalistas europeus .
Pottering aproveitou a ocasião para recordar que o Tratado de Lisboa tornou-se fundamental para garantir um alargamento sustentado da UE e por dispor de mecanismos capazes de manter a paz colectiva: "Os países sozinhos são demasiado pequenos para resolver os seus problemas", afirmou.
Estão em lista de espera os países dos Balcãs Croácia e Macedónia e, desde 2005, que decorrem negociações com a Turquia, mas as portas da Europa mantêm-se fechadas até que se conclua o processo de ratificação da nova estrutura da UE por parte de todos os estados-membros.
A queda do Governo checo tornou o problema ainda mais delicado, na medida em que o país ocupa a presidência da UE. Uma moção de censura derrubou o Executivo de centro-direita e complicou o delicado processo de ratificação do convénio, na medida em que o senado checo tem manifestado as maiores reservas à nova concepção europeia.
O facto de a crise política na República Checa poder deitar por terra todo o proceso justificou um apelo emotivo de Hans-Gert Pottering: "Seria trágico se o Tratado falhasse por causa de um novo Estado-membro".