5.6.09

Empresas trazem oportunidades de negócio

Carla Sofia Luz, in Jornal de Notícias

As empresas nortenhas regressam a casa com oportunidades de negócio na bagagem. A t-shirt inteligente da Biodevices poderá ser distribuída na Polónia, enquanto a Edigma quer cimentar presença no mercado francês.

Em dois dias, na conferência mundial de investimento em La Baule (França), a Biodevices recolheu contactos a pensar na comercialização além-fronteiras da t-shirt que monitoriza a frequência cardíaca, mas também ouviu sugestões de empresários estrangeiros sobre a aplicabilidade. Além dos usos desportivo e de diagnóstico, a troca de experiências fez brotar a ideia, entre outras, de aplicar a tecnologia na prevenção da morte súbita entre os recém-nascidos. Propostas a aprofundar (e algumas até a descartar) no retorno a Portugal.

O stand minimalista, trazido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) que liderou a delegação de empresas da região, foi o palco ideal para o ecrã da Edgima, tendo despertado a curiosidade do arquitecto David Fisher e de empresários de Singapura e da Argentina. Mas a prioridade para o director-executivo, Miguel Oliveira, é estar mais presente no mercado francês. "Queremos encontrar parceiros para a distribuição do nosso produto em França. Esta presença permitiu-nos obter contactos muito interessantes. Também levamos ideias para novas utilizações desta tecnologia na restauração e na arquitectura", assinalou.

Os objectivos da CCDR-N para a participação em La Baule não passou apenas pela conquista de investidores internacionais para a região, mas também pela internacionalização de produtos e de empresas do Norte, integrando um plano global que está a ser ultimado. A agenda estratégica para a internacionalização, que passará pela plataforma virtual Norteinvest, será apresentada até ao final do ano. "A nossa economia não é tão aberta como se pensa. Portugal é o 21.º de 27 países da União Europeia em termos de grau de abertura ao exterior. No que concerne à recepção de investimento directo estrangeiro, somos o 23.º entre os estados europeus. Ainda assim, o Norte é a região mais exportadora e aberta do país", enuncia Teresa Lehmann.

A vice-presidente da CCDR-N traça, por isso, três metas para a agenda de internacionalização. O primeiro objectivo passa pelo aumento das exportações na região. Segue-se o "export plus", ou seja, modos de entrada e de estabelecimento no mercado estrangeiro que transcendem as exportações e, ainda, a atracção de investimentos estruturantes e complementares ao tecido empresarial local. Tendo presente que todas as regiões competem entre elas, o presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, crê que a cooperação entre as empresas nortenhas faz a força : "Não é uma andorinha sozinha que faz a Primavera", sentencia.