Catarina Craveiro, in Jornal de Notícias
Diversificar mercados de actuação e aumentar peso das exportações são objectivos da parceria
Governo e associações empresariais juntaram-se para apoiar a internacionalização das pequenas e médias empresas. Atribuição de cheques de apoio e alargamento dos benefícios fiscais até 2020 são algumas das iniciativas.
Dar mais visibilidade às marcas nacionais no estrangeiro, promover a entrada em novos mercados, incentivar o investimento na internacionalização e melhorar a qualificação dos recursos humanos são prioridades que levaram o Governo a criar uma parceria para a internacionalização das PME.
A parceria foi firmada ontem entre o Estado e as principais associações empresariais - AIP, AEP e CIP - no Ministério da Economia. Um acordo que visa criar sinergias entre instituições públicas, empresas e estruturas associativas de forma a aumentar o número de PME no sector exportador.
"A crise colocou dificuldades às empresas, e é importante manter a capacidade exportadora, evitando que empresas viáveis e competitivas encerrem apenas por problemas de curto prazo", afirmou o ministro da Economia. Para Teixeira dos Santos, é "também importante pensar no médio e longo prazo, preparando a economia para voltar ao crescimento com base no retomar do processo de aumento das exportações de bens e serviços".
Actualmente, existem cerca de 28 mil empresas exportadoras, sendo que o objectivo da parceria é fazer com que o peso das exportações no PIB cresça de 32% para 40%. O programa estará aberto a todas as áreas de negócio, no entanto, irá ser feita uma maior aposta em sectores que apresentam já maiores vantagens competitivas no exterior.
Espanha continua a ser um mercado prioritário pelas relações externas já existentes, mas a intenção é diversificar as exportações. "O grande desafio que temos é levar as nossas empresas para fora da União Europeia, como para a América Latina, América do Norte e o Oriente", afirmou o presidente da AIP, Rocha de Matos. Entre os mercados mais promissores estão ainda o Irão e a Rússia.
Perante este cenário, o Governo propõe reforçar as medidas de apoio a todas as empresas que quiserem alagar a sua área de actuação. O regime dos benefícios fiscais ao investimento na internacionalização será estendido até 2020.
Será ainda criado um Cheque à Internacionalização para as empresas utilizarem na aquisição e financiamento de serviços de apoio, como consultoria ou certificação. Embora o montante do cheque ainda não esteja definido, Teixeira dos Santos garantiu que este será muito parecido com o Cheque Inovação, que vai até aos 25 mil euros.
Entre as medidas previstas está ainda a criação de um Conselho Coordenador da Internacionalização, até 15 de Setembro, e o apoio financeiro à entrada de quadros jovens nas áreas ligadas à internacionalização das empresas.