Emília Monteiro, in Jornal de Notícias
"Não percebo como é que há universidades que pedem a um aluno que se desloca em cadeiras de rodas que tenha que fazer uma requisição presencial numa biblioteca ou como é que há professores que, por inércia, não convertam os seus apontamentos e aulas em áudio ou em ficheiros que possam ser utilizados por todos os alunos", disse, ontem em Braga, a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação.
Idália Moniz assinou um acordo de colaboração entre o Instituto Nacional para a Reabilitação e o Grupo de Trabalho para o Apoio a Estudantes com Deficiências no Ensino Superior (GTAEDES) para proporcionar serviços de melhor qualidade aos alunos com deficiências. O grupo de trabalho acompanha cerca de 800 alunos e é composto pelas universidades do Minho, de Coimbra, do Porto, de Aveiro, de Trás-os-Montes e de Évora. Agrega ainda a Universidade Técnica de Lisboa e a dos Açores.
A 'Universidade Inclusiva' foi o tema do segundo seminário do GTAEDES, realizado na Universidade do Minho. A inclusão de estudantes com deficiência nas instituições de Ensino Superior, já não se aplica apenas aos que apresentam problemas de visão ou locomoção mas também aos que apresentam doenças crónicas, do foro psiquiátrico e até de leitura ou escrita. A secretária de Estado da Reabilitação apelou à troca de experiência entre as instituições em aspectos como a avaliação, a frequência, os acessos físicos aos espaços e o acesso à informação. No ano lectivo de 2006/7, 816 estudantes universitários tinham necessidades especiais. 79% frequentavam o ensino público e 21% universidades privadas.