in Diário e Notícias
São mais de 36 mil os desempregados estrangeiros. A taxa de incidência é de 16%.
O número de desempregados estrangeiros inscritos nos centros de emprego em Portugal aumentou 50,5% em 2009 face ao ano anterior, totalizando as 36 442 pessoas. Até Dezembro, inscreveram-se mais 12 239 estrangeiros do que há um ano, de acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). A agência Lusa estima que, deste total, 34,1% não recebem qualquer apoio da Segurança Social.
Um número calculado em função dos dados de Novembro da Segurança Social, indicando que havia, até esta altura, 23 807 beneficiários de nacionalidade estrangeira com prestações de desemprego. Em Novembro de 2008, eram 14 764 pessoas.
Curiosamente, o Instituto Nacional de Estatística apresenta números ainda mais gravosos que indicam a existência, no final do terceiro trimestre, de 39 mil estrangeiros desempregados em Portugal, o que representa 7,2% do volume total de emprego. Os dados constam do relatório de suporte da definição do contingente de oportunidades de emprego para trabalhadores imigrantes em 2010.
No documento, o Governo não só sublinha que a incidência do desemprego entre estrangeiros "se acentuou significativamente nos dois primeiros trimestres de 2009", passando de 9% em 2008 para 16%, como a taxa de desemprego da população imigrante "representa quase o dobro da taxa dos cidadãos de nacionalidade portuguesa (respectivamente 16% e 9,5%)".
O aumento do desemprego "justifica-se pelo fraco desempenho global da economia portuguesa", pode ler-se ainda no relatório, que acrescenta que o número de beneficiários com prestações de desemprego cresceu até Outubro 69% entre a população de imigrantes, contra os 37% da população nacional.
A este crescimento não será alheio o facto de sectores que tradicionalmente mais recorrem a estrangeiros, como a construção, os serviços indiferenciados e a restauração, serem dos que apresentam "quebras mais elevadas ao nível do emprego".