23.9.10

Confrontos entre ciganos e romenos lança pânico na escola

por Alfredo Teixeira, in Diário de Notícias

Agressão a uma criança motivou os desacatos e a polícia foi obrigada a intervir


A PSP foi obrigada a intervir, ontem ao início da tarde, para acabar com confrontos entre um casal de imigrantes romenos e um grupo de mulheres de etnia cigana, à porta da escola EB 2,3 André Soares, em Braga. Tudo porque crianças de ambas as famílias se tinham envolvido em agressões no dia anterior.

Os problemas entre ambas as famílias não é recente e a violência acabou por ser desencadeada devido às brigas entre alunos de ambas as comunidades. Ontem, cerca das 13.30, um casal romeno compareceu à porta da escola para pedir explicações aos elementos da comunidade cigana pelo facto de os filhos terem sido agredidos. Mas o pai da menor ofendida, um homem de 56 anos, entrou no estabelecimento e agrediu uma outra aluna a pedido da filha.

A agressão foi presenciada por um jovem cigano que frequenta o estabelecimento que de imediato foi em socorro da menina. Envolveu-se em confrontos físicos com o romeno que, devido aos ferimentos, foi transportado para o hospital. O jovem cigano acabou por ser levado pela PSP para a esquadra.

Mas os desacatos não ficaram por aqui. Pouco depois, um grupo de mães ciganas concentrou-se à porta da escola, o que obrigou a um reforço da segurança. Um grupo de crianças que se sentiam ameaçadas foi transportado de jipe pela PSP por receio de novos confrontos.

Ao longo da tarde, uma equipa de intervenção rápida da PSP de Braga manteve-se à porta da escola, mas não se registaram mais incidentes.

A rivalidade entre estas duas comunidades é bem conhecida na cidade. Os ciganos portugueses residem no Monte do Picoto enquanto os romenos habitam na Urbanização do Fujacal, na freguesia de São José de São Lázaro. Também estas zonas residenciais estiveram a noite passada com vigilância policial mais apertada com receio de possíveis retaliações entre membros das comunidades.

A EB 2,3 André Soares, a mais central de Braga, inclui um universo com alunos oriundos de famílias abastadas da cidade numa "mistura explosiva" com crianças de famílias rivais de etnia cigana e de outras áreas degradadas da cidade dos arcebispos.