5.11.10

Cavaco defende mudança de orientação económica em Portugal

in Jornal de Notícias

O candidato presidencial Cavaco Silva defendeu hoje, quinta-feira, que só uma mudança na orientação económica de Portugal poderá resolver os "problemas concretos das pessoas", problemas que não são solucionáveis com "ilusões ou com utopias".

"Abro hoje a sede da minha candidatura em Lisboa, as portas ficam a partir de hoje abertas a todos aqueles que queiram ser informados sobre a minha candidatura, àqueles que com ela se identificam, àqueles que queriam apoiar-me nesta jornada pelo futuro de Portugal", afirmou Cavaco Silva, numa inauguração da sede da sua candidatura.

Caracterizando o espaço como "uma casa de esperança e de futuro", Cavaco Silva realçou o conjunto de pessoas que se juntam à volta da sua candidatura, "gente preparada para contribuir para que Portugal encontre um rumo de futuro e consiga vencer as dificuldades que tem à sua frente".

Ou seja, frisou, a sua candidatura é "uma casa de gente que quer contribuir para abrir janelas de esperança" a quem perdeu o emprego, aos jovens à procura de trabalho, aos idosos que vivem com "uma pensão bastante reduzida" e àqueles que se encontram em situação de pobreza.

"Estes são problemas concretos das pessoas e que não podem ser resolvidos com ilusões ou com utopias, estes são problemas concretos das pessoas, que só podem ser resolvidos com uma mudança na orientação económica do nosso país, no sentido de aumentar a produção de bens que são susceptíveis de ser exportados ou de substituir aquelas importações que nós fazemos. Só assim será possível criar riqueza e criar empregos no nosso país", declarou.

Repetindo por diversas vezes a expressão "futuro melhor" ao longo da sua intervenção, Cavaco Silva, que se recandidata ao cargo que exerce desde 2006, fez ainda referência à influência que um Presidente da República pode exercer, apesar de ao chefe de Estado não competir "governar ou legislar".

"O Presidente da República não tem ministérios para tomar medidas concretas, nem pode dispor de uma administração pública, mas um Presidente da República que tenha experiência e conhecimento aprofundado do sentido de Estado, dos assuntos do Estado português pode ajudar a construir um futuro melhor do que aquilo que seria sem a sua ação", frisou.

A este propósito, Cavaco Silva deixou uma recomendação especial "àqueles que andam distraídos quanto à influencia que pode exercer, e de uma forma positiva, um Presidente da República", sugerindo que falem com os empresários que o acompanharam nas visitas oficiais que realizou ao longo do seu mandato, nomeadamente a Angola.

Falando perante uma sala apinhada e onde se podiam encontrar políticos ligados ao PSD e ao CDS-PP, artistas ou empresários, Cavaco Silva fez questão de destacar a presença do "primeiro Presidente eleito depois do 25 de Abril", Ramalho Eanes, lembrando que se trata de alguém que "conhece muito bem as exigências do cargo".