por Mário Soares, in Diário de Notícias
A grande maioria dos portugueses que resistem a deixar Portugal são pobres, muitos deles porventura muito pobres, como as estatísticas oficiais reconhecem. Daí que haja crescente emigração e, por isso, cada vez menos portugueses em Portugal, onde têm vindo a instalar-se muitos chineses prósperos.
É extraordinário que, em mais de três anos de governo, Portugal tenha sido praticamente destruído de norte a sul, junto ao mar ou próximo da fronteira com Espanha, sem que se vislumbre qualquer ideia que não seja obter cada vez mais dinheiro.
Com a pobreza a aumentar cada vez mais, é importante ter presente este facto na época de Natal. Onde estão os que se reclamam da democracia cristã e da social-democracia? Valem aos pobres algumas organizações como a Caritas, que dão de comer, em todo o país, a muitas pessoas com fome e sem casa para se abrigar.
Em três anos tudo se modificou. A pobreza aumentou e o governo está completamente paralisado e sem saber o que fazer. E não caiu até agora por ser protegido em permanência pelo Presidente da República, que pertence ao mesmo partido maioritário do governo. Ao contrário de todos os antigos presidentes, que foram sempre abertos a todos os portugueses, independentemente dos partidos a que pertenciam.