por Aura Miguel, in RR
Do "Alzheimer espiritual" à "divinização dos chefes". O Papa Francisco identifica 15 "doenças" na Cúria Romana e falou sobre todas esta segunda-feira, num discurso perante os cardeais, bispos e monsenhores que trabalham no Vaticano.
A primeira doença é "sentir-se imortal no seu cargo". Como remédio, Francisco, que apresentou à Cúria cumprimentos de Natal, aconselha "uma visita ao cemitério para perceber como tudo passa e o nosso lugar não é eterno".
Francisco criticou o "activismo dos que nunca param"; a rigidez mental dos que, "em vez de homens de Deus, se transformam em máquinas burocráticas"; e os que planificam tudo "como os contabilistas, sem contar com as surpresas do Espírito Santo".
O rol das doenças da Cúria prossegue: há os que sofrem de "Alzheimer espiritual" e esquecem o essencial; os que "rivalizam em vaidade e vã glória"; os "esquizofrénicos com dupla vida e sem contacto com a realidade"; e os que dizem mal, "sem coragem de o fazer olhos nos olhos, como fazem os velhacos", autênticos "terroristas da maledicência".
A lista é grande e Francisco não esquece também a "doença da divinização dos chefes". "Dar graxa" é um mal das pessoas mesquinhas que "só querem obter reconhecimento, em vez de dar".
Francisco também denuncia os que "fazem tudo para aparecer nas primeiras páginas dos jornais" – exibicionismos que, diz, só prejudicam a Igreja.
Para tudo isto há um remédio, disse Francisco: conversão permanente e deixar que o Espírito Santo santifique o corpo da Igreja.