24.8.23

Cabaz de alimentos com IVA zero baixou dez euros desde o início da medida

Joana Abrantes Gomes, in ECO

Apesar desta descida nos últimos quatro meses, o preço dos produtos isentos de IVA registou um novo aumento na semana até 23 de agosto, destacando-se a subida de 16% na massa esparguete.


O preço de mais de 40 produtos alimentares abrangidos pela isenção do IVA caiu 7,78% desde que a medida entrou em vigor. A DECO Proteste calcula que, no período de cerca de quatro meses, entre 17 de abril e 23 de agosto, 41 dos 46 alimentos que fazem parte do cabaz desceram de um custo total de 138,77 euros para 127,97 euros, correspondendo a uma diferença de 10,80 euros.

Dos 63 produtos monitorizados pela associação portuguesa de defesa do consumidor, 41 estão isentos de IVA desde 18 de abril, o que inclui alimentos como peru, frango, carapau, pescada, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, leite, queijo ou manteiga.

Até agora, os congelados foram a categoria de alimentos que mais beneficiaram com a medida do Governo: de 3,59 euros passaram a custar 2,97 euros, o que equivale a uma descida de 17,32% (ou seja, menos 62 cêntimos). Segue-se o peixe, cujo preço baixou 12,03% (menos 4,19 euros), custando agora 30,68 euros.

Nos produtos de mercearia, o preço baixou 2,18 euros (-9,76%) desde a isenção do IVA, para 20,12 euros, enquanto os laticínios tiveram uma redução de 8,53% (ou 1,20 euros) e custam, atualmente, 12,89 euros. A queda do preço da carne foi de 5,31% até 23 de agosto, tendo agora um peso de cerca de 38,72 euros na carteira dos portugueses. Por fim, as frutas e legumes tiveram o recuo de preço mais baixo (menos 44 cêntimos, ou seja, -1,90%) e custam 22,59 euros.

Não obstante, vários alimentos aumentaram de preço entre a véspera da entrada em vigor do “IVA zero” e o dia 23 de agosto, com destaque para a laranja, que disparou 37% (ou 51 cêntimos), passando de 1,37 euros para 1,88 euros. Com uma variação positiva de 36%, os brócolos custam, atualmente, 3,28 euros, mais 87 cêntimos do que a 17 de abril. Em sentido inverso, o preço do bife de peru decresceu 1%, ou 9 cêntimos, nos cerca de quatro meses em que vigora a medida.
Preço do cabaz sobe mais de 0,6% numa semana

Embora neste momento os 41 alimentos isentos de IVA custem menos do que em abril, o preço do cabaz de bens alimentares considerados essenciais passou a custar mais 81 cêntimos na semana entre 16 e 23 de agosto do que nos sete dias anteriores. Trata-se de um aumento de 0,64%, de acordo com os cálculos da DECO Proteste, depois de uma semana em que tinha descido mais de um euro.

Na variação semanal, o esparguete foi o produto cujo preço mais cresceu: de 97 cêntimos em 16 de agosto, este tipo de massa custava 1,12 euros nesta quarta-feira, mais 15 cêntimos que equivalem a um aumento de 16%. Seguem-se o atum posta em azeite (8%); o queijo flamengo embalado em fatias (7%); o azeite virgem extra, o arroz carolino e o óleo alimentar (mais 6% cada um); o iogurte líquido e o bife de peru (5% cada); e a maçã golden e a costeleta de porco, com subidas de 4% cada um face a 16 de agosto.

Já o preço do cabaz com IVA normal – que engloba 63 produtos, alguns dos quais sujeitos à isenção de imposto – subiu 1,01%, ou 2,12 euros, face à semana anterior, passando de 209,82 euros para 211,94 euros. Comparando com o mês de fevereiro do ano passado, este cabaz está agora 15,42% mais caro, tendo o preço aumentado 28,31 euros.

Fora do cabaz de produtos sujeitos ao “IVA zero”, destacam-se também os aumentos de preço nos cereais de trigo, arroz e aveia integrais (+16%), no fiambre perna extra (+9%), nos douradinhos de peixe (+8%) e no robalo (+6%) em relação a 16 de agosto.