28.8.23

Inspiring Girls já mobilizou 5 mil raparigas em Portugal

Teresa Costa, in Dinheiro Vivo


Movimento internacional dedicado ao combate às desigualdades de género conta com mais de 400 voluntárias em território nacional


É junto das escolas que o movimento Inspiring Girls atua para incentivar as raparigas a lutarem por aquilo que ambicionam na vida, através da educação e do exemplo de outras mulheres que, em regime de voluntariado, partilham os seus percursos pessoais e profissionais.


Trata-se de uma organização não-governamental internacional que nasceu em 2013 no Reino Unido, e arrancou em Portugal no ano passado, depois de ter sido aprovada a candidatura apresentada por Joana Costa, docente na Escola Superior de Comunicação Social.


No primeiro ano letivo de atuação em território nacional, a ONG, constituída por uma equipa operacional de sete pessoas e cerca de 400 voluntárias, esteve em mais de 30 escolas, em diferentes pontos do país, tendo promovido acima de 60 sessões, que envolveram cerca de cinco mil estudantes.

O trabalho da organização é feito junto de alunos entre o 5.º e o 12.º ano, com atividades maioritariamente direcionadas para raparigas.

Na prática, as iniciativas incluem "a organização de speed networkings, dinâmicas de grupo onde várias alunas têm a oportunidade de conversar com 8 a 10 voluntárias que representam profissões bastante distintas, o que lhes permite ter acesso a uma grande diversidade de perfis profissionais", pormenoriza Joana Costa. Além disso, organizam eventos específicos, como workshops de igualdade de género, clubes financeiros, workshops de tecnologia, entre outros.


"Algumas das nossas atividades são também desenvolvidas com e para os nossos parceiros (empresas, universidades e associações). Por exemplo, dinamizamos sessões de igualdade de género e linguagem inclusiva, relacionadas com o contexto dos nossos parceiros, ou mesmo workshops setoriais dentro da área de atividade."


As voluntárias têm um papel central nas ações da ONG. São elas quem dinamiza as sessões nas escolas, dedicando uma hora do seu tempo para o evento. Neste momento, diz Joana Costa, são provenientes "das mais variadas profissões ou áreas de atividade".

Para futuro, o movimento, além de dar continuidade ao trabalho desenvolvido nas comunidades escolares, a ONG pretende avançar com a segunda edição do Clube Financeiro, organizado em conjunto com a BlackRock, e estão ainda a trabalhar num Clube da Auto-Estima, que será "um programa para desenvolver a autoestima das jovens raparigas através da exploração dos seus valores pessoais, desenvolvimento da autoconfiança e resiliência".

Outra área a desenvolver vai ser a da Academia da Diversidade, através da qual é dada formação "nas áreas de diversidade e inclusão, particularmente em igualdade de género", tanto em meio escolar como em contexto organizacional, "para organizações que queiram promover o conhecimento sobre estes temas nas suas realidades".

A fundadora e presidente executiva do Inspiring Girls em Portugal justifica a necessidade da existência do movimento com base até no trabalho de campo que tem sido feito: "É possível verificar que os estereótipos de género são ainda uma realidade bastante vincada e que ainda há um longo caminho a percorrer. Ainda assim, é também inequívoca a curiosidade e interesse dos jovens, raparigas e rapazes, para falar sobre o tema e compreender de que forma se pode combater as desigualdades ainda tão vincadas a este nível".