As residências públicas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência, na antiga Fábrica Confiança, em Braga, e na antiga Escola de Santa Luzia, em Guimarães, demoram a sair do papel.
Os estudantes da Universidade do Minho pagam entre 300 a 350 euros por um quarto nas cidades de Braga e Guimarães que acolhem os campi da instituição de ensino superior minhota. A situação é agravada quando em análise estão residências universitárias privadas.
A 1 de setembro irá entrar em funcionamento, na cidade dos arcebispos, uma nova residência universitária privada da Andy Student Living, com um total de 294 quartos, cujo preço varia entre os 450 e os 620 euros.
Dos mais de 20 mil alunos da Universidade do Minho, 5701 são bolseiros, o que equivale a 27,92%. Contudo, as quatro residências da academia apenas têm capacidade para acolher 1399 estudantes, 845 em Braga e 554 em Guimarães, segundo dados dos Serviços de Ação Social referentes a 2022. A taxa de ocupação é de 99,84%.
As residências previstas pelo Plano Recuperação e Resiliência (PRR), na antiga Fábrica Confiança, em Braga, e na antiga Escola de Santa Luzia, em Guimarães, estão a demorar a sair do papel, o que obriga os alunos a procurar alternativas privadas.
A presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Margarida Isaías, denuncia casos em que a meio do ano letivo "o valor da renda é aumentado". A representante dos estudantes da UMinho pede mais fiscalização, visto que estes casos dizem respeito a alunos que não têm contrato de arrendamento.
Nas residências públicas, em janeiro deste ano, os estudantes de Santa Tecla denunciaram a falta de condições da infraestrutura com quartos inutilizados devido a infiltrações e presença de bolor nas paredes. Margarida Isaías acrescenta o facto de muitas residências não disponibilizarem espaços para confecionar refeições. "Ou não existem ou são muito pequenos e não dão para todos os estudantes, e isso tem muitas implicações a nível do orçamento, nomeadamente, em alimentação. Por isso, muitos estudantes acabam por não escolher a residência", refere.
Questionada sobre a proposta da Presidente da Federação Académica de Lisboa, Catarina Ruivo, no sentido de criar um Porta 65 para estudantes universitários e incluir o mesmo no pacote Mais Habitação, a presidente da AAUMinho considera que seria benéfico, isto porque o Porta 65 tal como está "acaba por favorecer jovens que já trabalham".
A procura junto aos campi de Gualtar e Azurém tem vindo a aumentar, visto que um quarto nesta zona da cidade é para muitos jovens a única forma de sair de casa dos pais.
Em breve, deverá estar concluído o concurso referente à nova residência na antiga Fábrica Confiança que terá um investimento do PRR na ordem dos 25,51 milhões de euros. O prazo para a execução da obra é de 500 dias, após a adjudicação ao vencedor do concurso público.