in Jornal Público
As Soluções Integradas para a Modernização (SIM) destinada às PME, a Eficiência Colectiva e a e-Saúde são os três novos programas que passam a fazer parte do Plano Tecnológico (PT), no âmbito da sua rearrumação para se adequar ao QREN-Quadro de Referência Estratégico Nacional.
Com 100 por cento das medidas em execução, o PT entra, na prática, numa segunda etapa estruturado por oito focos estratégicos. Entra também a reconhecer que precisa de "indicadores de tendência" inovadores, que permitam uma monitorização do impacto das medidas em curso. São estas duas das mensagens que o coordenador do Plano Tecnológico e da Estratégia de Lisboa, Carlos Zorrinho, vai levar hoje à quinta reunião do conselho consultivo do PT.
O coordenador defende que "não quer abandonar a racionalidade anterior", mas "para ter sentido tem de se reflectir no QREN", representando este "um novo motor do qual se tem de tirar o máximo partido". A Comissão Europeia estima que 82 por cento do pacote de 21 mil milhões de euros de ajudas para 2007-2012 se enquadram nos objectivos da Agenda de Lisboa. As contas do Governo indicam que 66 por cento do QREN será aplicado em inovação, tecnologia e conhecimento.
O SIM, que passa a ser o plano tecnológico para as PME, deverá ser hoje lançado pelo ministro da Economia. O programa de Eficiência Colectiva, destinado a apoiar redes competitivas, inclui os anunciados pólos de competitividade, a formação de clusters e de redes urbanas, enquanto o e-Saúde visa a modernização dos serviços de saúde.
João Caraça e Corado Simões foram, entretanto, os dois investigadores convidados para a criação da nova monitorização do PT, que permita uma informação mais detalhada do seu estado de execução, para além da informação do dia-a-dia, dos pontos de partida e das metas. "Serão mais sensores", afirma o responsável do PT, lembrando que os indicadores do Eurostat chegam a demorar dois anos, pelo que "não dão a ideia da realidade" presente e "evidenciam carências".
Os dois investigadores propõem um modelo de "sensores" de impacto para os sistemas de financiamento, o empreendedorismo, infra-estruturas científicas e tecnológicas, qualificação dos recursos humanos e sociedade em rede. Para medidas como o aumento da população com formação ao longo da vida, com o ponto de partida de 4,8 por cento e a meta 12,5 por cento em 2010, os dados disponíveis indicam que há neste momento 300 mil inscritos em cursos de validação de competências, mas não permitem avaliar o seu impacto. Carlos Zorrinho não avança datas para o lançamento do novo modelo.
Estado de execução
23.11.2007, Lurdes Ferreira
João Caraça e Corado Simões vão criar um novo modelo de indicadores de execução. Governo diz que 66% do QREN é para o Plano Tecnológico
100
por cento das 120 medidas do Plano Tecnológico estão em execução
8,3
alunos por computador é a última estimativa do PT. A meta começou por ser de cinco alunos, agora é de dois
12
diplomados em C&T por mil habitantes era a meta para 2010, que entretanto já foi atingida
0,31
por cento do PIB é a última estimativa para o peso da despesa pública em I&D. A meta é 0,8 por cento
40
por cento de trabalhadores a utilizarem a Internet é a meta do Plano Tecnológico. A última estimativa é de 42 por cento
15
por cento ao ano é o ritmo de aumento da produção científica - publicações. Objectivo para 2010 é passar de 406 publicações por milhão de habitantes para 609
19,9
por cento foi quanto cresceu o emprego nos serviços de alta tecnologia, mas o que o PT quer é seis por cento do VAB