23.11.07

Trabalhar não significa deixar de ser pobre em Portugal

in Jornal Público

Portugal é dos poucos países da União Europeia onde estar empregado não significa deixar de ser pobre, indica um relatório segundo o qual cerca de 14 por cento das pessoas que trabalharam em 2004 tiveram rendimentos abaixo do nível da pobreza.
Os dados constam do Quarto Relatório da Coesão, apresentado em Junho, onde se faz um diagnóstico das disparidades regionais e se avalia o impacto da política de coesão no período 2000-2006. O documento servirá de base para o encontro dos ministros do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, hoje e amanhã, nos Açores.

O documento destaca que em três países da coesão da UE-15 - Grécia, Espanha e Portugal - a diferença em termos de risco de pobreza entre estar empregado e desempregado é claramente inferior a qualquer outro país. Além disso, especialmente na Grécia e em Portugal, estar empregado não é uma salvaguarda contra a pobreza como acontece noutros Estados, com excepção da Polónia. Na Grécia e em Portugal, bem como na Polónia, cerca de 13 a 14 por cento dos que estiveram empregados durante a maior parte de 2004 auferiram rendimentos abaixo do limiar da pobreza.

O relatório salienta que a percentagem da população em risco de pobreza permanece elevada em alguns estados. Este grupo, que por definição integra pessoas com um rendimento 60 por cento inferior à média nacional, atingiu, em 2004, 20 por cento na Lituânia, Polónia, Irlanda, Grécia, Espanha e Portugal, mas apenas 10 por cento nos Países Baixos, na República Checa e na Suécia. Em média, os que se encontravam em risco de pobreza totalizavam 16 por cento da população da UE, cerca de 75 milhões de pessoas. Lusa