Samuel Silva, in Jornal Público
Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães concorrem em conjunto ao Polis XXI. Competitividade e Inovação são as apostas da criação de uma rede urbana
Os municípios de Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães vão apresentar uma candidatura conjunta ao projecto Polis XXI. As autarquias dos quatro concelhos minhotos ultrapassaram divergências históricas, reunindo esforços para uma estratégia conjunta com vista às verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
O objectivo da iniciativa é, segundo Mesquita Machado, autarca de Braga, "construir uma rede para que seja possível, em conjunto, apresentar projectos com base na competitividade e inovação". Também António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães, acredita que a candidatura "fica mais forte ao ser assumida por uma rede de cidades". "O importante é agarrar a senha para entrar no projecto", ilustra Guimarães Rodrigues, reitor da Universidade do Minho (UM), um dos parceiros das autarquias.
A Rede de Cidades para a Competitividade e Inovação - assim foi designado o projecto - foi apresentada ontem, em conferência de imprensa, e concretiza a ideia do quadrilátero do Minho, unindo os concelhos vizinhos. As redes urbanas são um dos instrumentos de intervenção definidos pelo Polis XXI, cujo prazo de candidatura às cinco acções-piloto previstas, termina hoje. "Havia necessidade de andar depressa", admite Mesquita Machado.
O entendimento entre os quatro parceiros é para já a face visível da rede de cidades. "Ainda não vamos apresentar projectos", afirmou o autarca de Braga, preferindo destacar o lado simbólico do anúncio de ontem. "Quisemos dar a conhecer publicamente a união que existe entre as quatro cidades", sublinha.
Caso a rede de cidades minhotas seja contemplada no âmbito do Polis XXI avançará então para a inventariação de projectos, as "acções preparatórias", que podem ser subsidiadas pelo Estado com uma verba até aos 100 mil euros.
"Estou convencido de que esta vai ser uma das cinco propostas vencedoras, dada a sua representatividade", acredita Mesquita Machado. Para o preiente da Câmara de Famalicão, Armindo Costa, o quadrilátero é "uma força política e económica capaz de ombrear com as duas áreas metropolitanas do país". O reitor da UM também acredita nas possibilidades de sucesso da candidatura. "Esta é uma zona densamente povoada, com 400 quilómetros quadrados e que tem um milhão de habitantes debaixo da sua área de influência. É um todo muito maior que o conjunto das partes", entende.
À UM juntam-se a Associação Industrial do Minho e o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal como parceiros da iniciativa.