Luciano Alvarez, in Jornal Público
Luís Campos e Cunha foi ontem eleito presidente do conselho coordenador da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes), uma das mais antigas e influentes associações cívicas portuguesas, substituindo no cargo Vítor Bento.
Na assembleia geral da associação, realizada ontem à noite, Campos e Cunha, professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa e ex-ministro de Estado e das Finanças do Governo de José Sócrates, apresentou uma lista única que elegeu João Salgueiro como presidente da assembleia geral, Artur Santos Silva presidente do conselho fiscal e Luís Barata secretário-geral.
No programa para 2008-2009, em que se apresentou aos associados (disponível na Internet em www.sedes.pt), Campos e Cunha defende que a Sedes, "pelo seu passado, deve voltar a assumir um papel central como organização relevante da sociedade civil do nosso país". "Este é um momento oportuno" - diz ainda no documento -, "pois sente-se a crescente necessidade de um espaço de intervenção cívica mas não estritamente alinhada partidariamente. Não basta reivindicar um papel para essa sociedade civil, naturalmente independente do Estado. É indispensável que ela exista."
O novo presidente sublinha, porém, que o desempenho dos órgãos sociais da Sedes "estará fortemente condicionado pela sua capacidade para resolver os aspectos organizacionais e, em particular, para conseguir financiamentos a largo prazo". "Sem esta questão resolvida, o tempo de actuação do conselho coordenador fica reduzido à angariação de pequenos financiamentos para pagar as despesas correntes", acrescenta.
O novo presidente defende ainda a realização do IV Congresso da Sedes, lembrando que o último teve lugar há dez anos. Campos e Cunha aponta os dias 26 e 27 de Setembro ou finais de Fevereiro de 2009 como datas prováveis para o congresso e sugere que este tenha como temas centrais a democracia, o papel dos partidos, a crise do sistema representativo e a governação em democracia.
Luís Campos e Cunha foi a escolha de José Sócrates para ministro de Estado e das Finanças. Tomou posse a 12 de Março de 2005 e saiu quatro meses depois, em Julho, por discordar das políticas financeiras do primeiro-ministro. O conselho coordenador integra ainda Amílcar Theias, Fernando Ribeiro Mendes, Henrique Neto, Manuel Alves Monteiro, Paulo Almeida Sande, Pedro Pita Barros e Pedro Magalhães.