6.4.08

Localização é o trunfo do Marco de Canaveses

Alice Barcellos, in Jornal Público

O Estudo Estratégico para o Marco de Canaveses, apresentado por Daniel Bessa, da Escola de Gestão da Universidade do Porto, conclui que o concelho deve aproveitar o facto de estar localizado entre dois rios, o Douro e o Tâmega, e de estar perto do Grande Porto para apostar mais na cultura, no património histórico e paisagístico e na qualidade de vida. Segundo o estudo encomendado pela câmara, o Marco de Canaveses poderá assim atrair mais habitantes e contrariar a sua imagem actual. O concelho regista um índice de poder de compra per capita de 60,2 por cento da média nacional.
Para aproveiar melhor os rios do concelho, o estudo prevê a criação de um parque no espaço, ainda não urbanizado, entre o centro da cidade e o rio Tâmega.

O fomento da cultura é outro objectivo traçado pelo estudo de Daniel Bessa. Para tal, seria necessessária a existência de uma programação cultural, que teria como pólos a Igreja de Santa Maria, projectada pelo arquitecto Siza Vieira, e as ruínas de Tongóbriga.

Tirar partido da proximidade e fácil acesso à área metropolitana do Porto seria outra mais-valia para o Marco de Canaveses, aponta o estudo, sugerindo a captação de população residente para o concelho "semi-rural e pouco congestionado".
Com isso, seria possível "contrariar a imagem de desqualificação associada ao concelho", atraindo "populações de estratos económicos mais elevados", refere o estudo. No que toca às classes média e média-baixa, é necessário aumentar a oferta de habitação a um custo médio e baixo, para que estas populações procurem também o Marco de Canaveses.

O estudo assinala ainda outros pontos que precisam de mais investimento, como o ambiente, a actividade industrial, a educação e a formação profissional. O documento admite que a sua mensagem possa "chocar os mais desprevenidos", mas insiste na mudança da imagem do Marco de Canaveses, reconhecendo que a implementação da estratégia assenta "numa óptica de longo prazo".