in Diário de Notícias
Organização do músico acusa Itália e França de desrespeitarem os compromissos financeiros e porem em causa esforços dos G8.
Em 2005 os oito países mais ricos do mundo, reunidos na Escócia, prometeram dar 26 mil milhões de euros para combate à pobreza em África. A meta era 2010 mas, a um ano do prazo, houve quem não passasse das palavras aos actos.
A organização não-governamental One, fundada pelo activista e vocalista dos U2, Bono, acusou ontem França e Itália de não respeitaram os compromissos de ajuda financeira e porem em causa os esforços dos membros do G8.
A One responsabiliza Roma e Paris por 80% dos fundos que faltam e criticou os franceses por reduzirem a ajuda em 2008 e por não terem planos para a vir a aumentar nos próximos dois anos.
Se a prestação francesa é descrita como "desoladora", a italiana é considerada "o principal fracasso". A Itália de Silvio Berlusconi é responsável por apenas 3% do aumento da ajuda do G8. Perante estes resultados a One pergunta qual a credibilidade de Roma que está a presidir, este ano, ao grupo dos sete mais ricos mais Rússia.
O cantor e activista irlandês Bob Geldof, ligado à organização de Bono, acusou mesmo o Governo italiano de ser um "bando de trapaceiros" sem legitimidade para acolher a cimeira do G8.
Em resposta, o embaixador italiano em Londres lembrou que Roma já admitiu não estar a "cumprir as promessas feitas". Giancarlo Aragona explicou que o seu Governo "teve de cortar a ajuda por causa da crise económica".
O relatório da One afirma que os EUA, o Canadá e o Japão cumpriram as metas a que se propuseram. Reino Unido e Alemanha falharam alguns dos objectivos, mas foram elogiados pela ambição dos seus programas para este ano.