12.6.09

Investimento e consumo privado penalizam economia

in Jornal de Notícias

A economia portuguesa recuou 1,6% no primeiro trimestre do ano face aos últimos três meses de 2008, e 3,7% face a igual trimestre de 2008, com a maior quebra em 32 anos, segundo os dados esta terça-feira divulgados pelo INE.

O Instituto Nacional de Estatística reviu negativamente a sua primeira estimativa para a variação de trimestre para trimestre do Produto Interno Bruto, divulgada a 15 de Maio, que apontava para uma contracção de 1,5%.

A variação em cadeia do PIB do quarto trimestre de 2008 foi também revista, mas em alta, para evidenciar um recuo de 1,8% face ao trimestre anterior, inferior aos 1,9% antes anunciados.

A diminuição de 3,7% do PIB no primeiro trimestre, em termos homólogos, é explicada por uma aceleração da queda da procura interna, que recuou 5,1% face ao trimestre anterior, em que caíra 0,8%.

O recuo é essencialmente decorrente de uma forte contracção do investimento, que caiu 19,8%, enquanto o consumo privado diminuía 1,7%.

Em contrapartida, o contributo da procura externa líquida foi positiva, com uma progressão de 2% face ao trimestre anterior (em que caíra 1,1%), "em consequência sobretudo de uma redução muito intensa das importações", sublinha o INE.

Os números relativos ao comércio internacional apontam para uma quebra "expressiva" das importações e das exportações de bens e serviços no primeiro trimestre do ano, sublinha o INE.

As exportações caíram 20,8% face a igual trimestre do ano anterior (contra os -8,8% verificados nos três meses anteriores) e as importações recuaram 20,4% (contra -4,7% no trimestre anterior).

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, comentando os dados do INE, considerou que a evolução da economia portuguesa continua envolvida por "uma neblina de incerteza", embora adiantasse que há "sinais de esperança" de que a trajectória de "degradação" económica esteja perto do fim.