Diálogo entre formação e mercado de trabalho é a aposta do Norte para a empregabilidade a médio prazo

Samuel Silva, in Jornal Público

O Norte quer desenvolver a articulação entre a oferta formativa e de educação e as necessidades específicas do mercado de trabalho como forma de aumentar os índices de emprego na região. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR-N) apresentou ontem, em Guimarães, o plano de acção para a promoção da empregabilidade, um programa destinado a ter resultados a médio prazo. O plano de acção desenvolve-se em três linhas, onde sobressai uma aposta na empregabilidade nos clusters regionais e nos pólos de competitividade e tecnologia. O programa pretende também promover redes de concentração territorial para facilitar a empregabilidade. "Este programa pretende ser um catalisador da relação entre o sistema de ensino e formação e o mercado de trabalho", sintetiza Manuel Oliveira Duarte, perito coordenador da agenda.

As linhas orientadoras do programa pretendem pôr em contacto o sistema de ensino e formação, as empresas e as autarquias para que, de forma periódica, se faça uma avaliação do mercado de trabalho para determinar as necessidades formativas existentes. Os especialistas pretendem que esse diagnóstico seja feito anualmente, permitindo realizar um trabalho de sensibilização dos jovens e da população activa para a necessidade de qualificação.

Esta acção é a resposta a um dos grandes entraves à empregabilidade do Norte encontrado pelo trabalho de base deste programa. O diagnóstico feito revela a existência de "desajustes temáticos e geográficos entre as ofertas formativas e as necessidades do mercado de trabalho" que ajudam a explicar os números do desemprego. Apesar de ser um projecto direccionado para o Norte, o plano de acção para a empregabilidade terá uma lógica territorial que vai permitir uma acção diferenciada para cada uma das diferentes sub-regiões.