in Jornal de Notícias
O secretário geral da UGT admitiu hoje em Leiria contestação social e greves caso a proposta de aumentos salariais entre 2,6 e 3,2 por cento da central sindical não seja atendida.
"Se não houver, é evidente que em termos de sectores e mesmo em termos nacionais, é evidente há contestações, com certeza, e haverá greves", afirmou João Proença acrescentando que "as greves continuam a ocorrer justamente pelo bloqueamento da negociação colectiva".
A UGT propôs esta semana aumentos médios salariais de 2,9 por cento para 2011.
A proposta de política de rendimentos aprovada pelo secretariado nacional da UGT prevê "uma orientação para a negociação colectiva em 2011 de aumentos salariais entre 2,6 e 3,2 por cento", dependendo da situação económica de cada sector e empresa.
O documento reivindicativo da UGT foi apresentado em conferência de imprensa pelo seu secretário geral que explicou que os valores indicados para a contratação colectiva sustentam-se na inflação esperada (dois por cento), no aumento de produtividade estimado (1,2 por cento) e na situação económica e financeira de cada sector ou empresa.
João Proença, que hoje participou no congresso fundador da UGT-Leiria, explicou que se trata da "proposta de partida" da central sindical.
Afirmando-se disponível para a discutir, o secretário geral da UGT adiantou que os valores são "uma orientação para a negociação colectiva para os sindicatos" e tem duas dimensões.
"Estamos a discutir um Pacto para o Emprego e já dissemos que, neste pacto, uma das áreas fundamentais é incluir uma política de rendimentos como orientação para a negociação colectiva", declarou João Proença, explicando que neste âmbito "há espaço para definir os tais valores" que a UGT apontou.
"Segundo, é uma orientação para os nossos próprios sindicatos em termos de negociação colectiva", acrescentou o dirigente sindical, reconhecendo que "poderá haver situações diversas".
Para João Proença, "o valor de cada sector e empresa tem que ser analisado em termos de situação específica de sector e empresa" e admitiu que "haja empresas que até não possam aumentar salários, mas que também não aumentem o desemprego".
João Proença salientou ainda que esta discussão tem de ser alargada à Administração Pública.
"Não metemos a cabeça na areia e dizer que não há um problema de combate ao défice e não há um problema de salários na Administração Pública. Achamos inaceitável, por exemplo, o congelamento de salários na Administração Pública", declarou.
O secretário geral da central sindical acrescentou que, "a haver um pacto para os rendimentos, deve haver uma política de rendimentos na qual se inclua um referencial para a negociação colectiva".