in Público.pt
“Coração da Cidade” expande actividade a mais cidades do Norte
A instituição de solidariedade social Coração da Cidade, do Porto, alargou os seus serviços a Paços de Ferreira e tem planos para se instalar em pelo menos mais cinco cidades nortenhas, anunciou hoje a directora, La Salete Piedade Santos.
“Já nos conseguimos instalar em Paços de Ferreira, onde temos um núcleo de voluntariado e para onde levamos algum apoio alimentar, e vamos alargar a Santo Tirso, Valongo, Ermesinde, Guimarães e Gondomar”, disse.
O objectivo é ter um núcleo de voluntariado em cada uma dessas cidades “dentro de três meses”, precisou La Salete Piedade Santos, justificando a medida por haver “muita gente desempregada e em dificuldades” na periferia do Porto.
A dirigente associativa falava à Lusa durante os preparativos para um jantar natalício que a associação oferece, nas suas instalações do Porto, a cerca de 400 pessoas.
O jantar reúne pessoas sem-abrigo ou que vivem há longo tempo em dificuldades e os chamados novos pobres – cidadãos que o desemprego atirou para uma situação de exclusão ou pré-exclusão.
Muitos dos convivas serão rostos “conhecidos” da instituição, que a ela recorrem regularmente para obter ajuda, sobretudo na área alimentar, adiantou La Salete Piedade Santos.
“Mas os que estão a aproximar-se ultimamente são rostos diferentes, pessoas desempregadas mais recentemente e que ainda não conseguiram estabilizar a vida outra vez”, explicou a responsável pelo “Coração da Cidade”.
Na consoada de hoje, La Salete Piedade Santos pretende que os convivas se sintam “como num hotel” e que tenham um jantar natalício “com tudo aquilo que se encontra habitualmente em nossas casas”, desde o típico bacalhau, às rabanadas, aletria, leite-creme, bolo-rei e queijos.
Fundada em 1996, a associação Coração da Cidade começou por apoiar os sem-abrigo do Porto, com o fornecimento de uma refeição quente diária, mas, em pouco tempo, alargou a sua acção a vítimas de desemprego.
Actualmente, fornece cerca de 70 toneladas mensais de alimentos a mais de 300 famílias.
A instituição, que a sua dirigente define como “um ‘boom’ de solidariedade”, recusa fazer peditórios públicos, vivendo das ajudas voluntárias da sociedade civil, de grandes superfícies ou empresas de “catering”.
O “Coração da Cidade” mantém ainda diversas lojas, onde comercializa, a preços vantajosos, alguns produtos que lhe são oferecidos.