19.3.07

Aprender Compensa

in Jornal de Notícias

Com o lema APRENDER COMPENSA o Governo reafirmou o importante programa nacional que constitui o grande desafio e a grande oportunidade de fazer crescer de forma estruturada o país, contrariando o método usado até agora, apostando tudo no betão e mantendo as pessoas ao mesmo nível, ou seja, nos baixos conhecimentos e longe das competências que a vida moderna exige.

APRENDER COMPENSA é um lema real pois está provado que a maiores e melhores qualificações e habilitações literárias corresponde um maior salário e menor tempo no desemprego. Algo muito importante para uma região como a nossa tão distante dos valores médios nacionais e assustadoramente longe dos valores europeus. Para o cidadão médio da nossa região isto é tanto ou mais importante que ter melhores estradas, pois é o meio que o pode levar a ter um melhor futuro, mesmo ao nível do aumento dos seus rendimentos.

Este programa chama-se NOVAS OPORTUNIDADES e visa actuar junto dos jovens que abandonaram ou não querem continuar na escola tradicional e junto dos activos que não têm o 9º ou o 12º ano, contribuindo a validação e certificação de competências adquiridas ao longo da vida e dando-lhes conhecimentos adicionais para que atinjam esses níveis escolares.Para o Minho, para as regiões industriais do Cávado e do Ave, este programa é talvez a ultima oportunidade de haver uma mudança estrutural antes de termos nos próximos dez anos uma descida brutal de rendimentos e de habitantes devido às reduções de emprego não qualificado disponível que as levarão para a emigração ou para a deslocação definitiva para a área metropolitana de Lisboa.

Segundo cálculos , a área envolvente a Lisboa terá em 2015 cerca de 50% da população de Portugal. O que se fez ao país nos últimos 20 anos ajudou a isso, grandes apostas em Lisboa, concentração de investimentos, maiores habilitações escolares e profissionais, melhores serviços, enquanto que a Norte se aumentou o desfasamento face aos rendimentos e qualidade de vida da área de Lisboa.Não podemos esquecer que a tendência de crescimento do mundo moderno é a de emprego mais qualificado e profissional, mesmo nos sectores ditos de tradicionais como o têxtil e o calçado. São necessários trabalhadores com melhores e maiores competências técnicas e humanas que consigam dar maior nível de competitividade ás empresas.

Como disse o primeiro-ministro no lançamento que fez deste programa na passada semana, podem-se comprar muitas coisa lá fora, mas de certeza que as qualificações dos portugueses não é possível comprar.

Na nossa região os cidadãos têm de perceber que precisam de aumentar as suas qualificações para poder manter empregos, manter empresas e criar novas oportunidades de valorização das actividades empresariais. Sem empresas não há emprego, sem bons trabalhadores não haverá muitas empresas no futuro próximo, está tudo relacionado.

Os empresários e os trabalhadores têm forçosamente de entender esta mensagem de que o futuro se constrói em conjunto e tem por base um empenho conjunto em todos serem melhores e mais profissionais. Cabe aqui referir que o serem mais qualificados não é apenas ter um papel que diz que tem uma dada habilitação escolar ou profissional, é ter mesmo essas competências, ou seja fazer formação real para resolver as carências detectadas.