8.3.07

Desempregados preferem receber subsídios

Liliana Lopes, in Jornal de Notícias

Há um ano atrás não se falava de outra coisa em Oliveira do Hospital. Duas empresas de confecções encerraram e colocaram no desemprego 182 trabalhadores. Hoje, 30 ainda procuram emprego. A dura constatação aferida pelo Centro de Emprego de Arganil é que ninguém tenha sido suficientemente arrojado para criar o próprio emprego. Até na procura de emprego os esforços ficaram aquém das expectativas. "Há uma justificação os montantes do subsídio de desemprego são iguais aos que auferiam a trabalhar. Certamente que quando deixarem de receber o subsídio se preocuparão em arranjar emprego", disse ao JN Paulo Teles Marques, director do Centro de Emprego de Arganil.

Em Janeiro fechou a Carrera e, em Março, a Infinitum. Sem perceberem bem porquê, os 182 trabalhadores das duas empresas de confecções, alguns desde a sua fundação, perderam os seus postos de trabalho. A busca de soluções invadiu de imediato estes profissionais das confecções que, agora, volvido um ano, ainda não se conseguiram estabilizar profissionalmente. A excepção são os 47 trabalhadores que foram absorvidos por outras empresas do sector que laboram no concelho. A HBC, por exemplo, admitiu 24 ex-funcionárias da Infinitum, por ter iniciado, na sua unidade de Oliveira do Hospital, a linha de camisaria.

Também a Davion e a Irsil acolheram ex-trabalhadoras (23) de ambas as empresas encerradas. Também o Centro de Emprego de Arganil passou por integrar ex-trabalhadores em acções de formação profissional e em programas ocupacionais. Neste momento, decorrem no concelho quatro acções de formação na área de apoio familiar e à comunidade que permitirá às formandas obter uma certificação ao nível do 9º ano de escolaridade. "Este já é o segundo curso em que participo. É muito interessante e além disso dá-nos equivalência ao 9º ano", disse ao JN Elisabete Simões, ex-funcionária da Carrera, que, no final do curso, que termina em Fevereiro de 2008, pode vir a ser integrada numa qualquer instituição de apoio à terceira idade ou à infância.

Situação diferente é a de Luís Borges que, ao abrigo de um contrato ocupacional, está ao serviço da Fundação Aurélio Amaro Diniz até Maio. "Vamos ver o que é depois acontece. Eu gostava de cá continuar", desabafou este ex-trabalhador da Infinitum que integrou a empresa desde a sua fundação, em 1995.